País da Ásia propõe reduzir jornada de trabalho NÃO para descanso do trabalhador, mas para um propósito ainda MAIOR; entenda
Asiáticos decidem colocar o trabalho em segundo plano quando assunto é a família; veja quais são os objetivos da nação com redução da jornada de trabalho
Em um momento crítico, o Japão decidiu revisar seu modelo de trabalho para lidar com uma das crises mais profundas de sua história recente.
A medida, que envolve reduzir a jornada semanal para quatro dias, tem como objetivo não apenas melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também estimular o crescimento das famílias.
O país enfrenta uma combinação preocupante de baixa taxa de natalidade e envelhecimento acelerado da população. Dados recentes mostram que o número de nascimentos atingiu seu menor patamar em décadas, enquanto os casamentos também estão em queda.
Plano urgente para enfrentar crise populacional na Ásia
As autoridades japonesas esperam que, com mais tempo livre, as pessoas possam se dedicar à vida pessoal e, assim, contribuir para reverter essa tendência.
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, anunciou as mudanças na jornada de trabalho como parte de um esforço mais amplo para criar uma sociedade equilibrada, onde homens e mulheres possam prosperar tanto no trabalho quanto na vida familiar.
A redução da jornada de trabalho começará a ser implementada em abril de 2025. Atualmente, os funcionários públicos de Tóquio têm direito a um dia extra de folga a cada quatro semanas. Com a nova regra, esse benefício será fixado como um dia de descanso semanal.
Além disso, haverá opções flexíveis para pais com filhos pequenos, como a possibilidade de sair mais cedo, mesmo com uma leve redução salarial.
Tais iniciativas refletem a urgência da situação. Estima-se que, até 2070, a população japonesa diminua em cerca de 30%, com quatro em cada dez cidadãos tendo mais de 65 anos. Portanto, o cenário reforça a necessidade de ações inovadoras para atrair jovens a formar famílias e manter a produtividade do país.
Lições para outros países reduzirem jornada de trabalho
Algumas medidas similares já mostraram resultados positivos em outras partes do mundo. Em países como Islândia e Nova Zelândia, experimentos com jornadas mais curtas aumentaram tanto a satisfação dos trabalhadores quanto a eficiência das empresas.
No Japão, a meta é equilibrar as necessidades sociais com as demandas econômicas, um desafio que exige mudanças culturais e práticas.
Dessa forma, a situação japonesa serve como alerta para outras nações que enfrentam o envelhecimento de suas populações, incluindo o Brasil. Segundo o IBGE, até 2070, quase 40% dos brasileiros também terão mais de 65 anos.
Por aqui, propostas semelhantes começam a surgir. Um exemplo é o projeto de lei apresentado pela deputada Erika Hilton, que sugere a adoção de uma jornada de quatro dias no Brasil. A ideia acompanha uma tendência global e busca melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
Embora a iniciativa japonesa esteja cercada de desafios, ela reflete uma mudança necessária para enfrentar questões sociais e econômicas de longo prazo. Outros países podem se inspirar nessa experiência para criar políticas que beneficiem tanto os trabalhadores quanto a sociedade como um todo.
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