Itaú fecha 227 agências em 2025 e aposta no superapp: 97% das operações já migram para o digital

Enquanto reduz agências físicas, banco reforça atendimento digital e promete manter espaços presenciais para serviços mais complexos.

O maior banco privado do país vive um momento de transformação. Em 2025, o Itaú fechou 227 agências e gerou preocupação entre clientes que ainda dependem da estrutura física. Ao mesmo tempo, os números mostram que 97% das operações de pessoas físicas já ocorrem nos canais digitais.

Esse movimento acompanha a expansão do chamado superapp do banco, que integra diferentes produtos e serviços em um único aplicativo. A promessa é oferecer uma experiência unificada e mais personalizada. O resultado financeiro mostra que a estratégia tem dado retorno: somente no segundo trimestre, o banco registrou lucro recorrente de R$ 11,5 bilhões, crescimento de 14,3% em comparação ao ano anterior.

O que está mudando no atendimento

O fechamento das agências não significa o fim dos espaços físicos, mas sim uma mudança de função. Segundo o banco, as unidades que permanecem abertas devem focar em atendimentos mais complexos, como investimentos, crédito imobiliário e planejamento financeiro. A ideia é deixar as operações simples — como transferências e pagamentos — cada vez mais no ambiente digital.

Esse reposicionamento também é uma resposta à concorrência. Bancos digitais e fintechs ampliaram sua presença nos últimos anos, oferecendo serviços ágeis e com custos baixos. Pressionado por essa disputa, o Itaú aposta em eficiência e digitalização para seguir competitivo.

Quantas agências ainda restam

De acordo com os relatórios mais recentes, o Itaú encerrou junho com 2.738 agências e postos de atendimento, contra 3.021 no mesmo período do ano passado. Isso ajuda a dimensionar a velocidade da redução.

Vale lembrar que essa tendência não é exclusiva do Itaú. Desde 2014, os três maiores bancos privados já fecharam mais de 5 mil agências no país. Somente em 2024, foram 856 unidades encerradas, de acordo com dados do Banco Central.

Quem sente mais os impactos

Para boa parte dos clientes, a digitalização facilitou a rotina. Operações como transferências por PIX, pagamentos de contas e emissão de boletos se tornaram cada vez mais rápidas e acessíveis pelo celular.

Mas há quem sofra com essa transição. Idosos, pessoas com pouca familiaridade tecnológica e moradores de cidades menores estão entre os mais atingidos. Em alguns locais, o fechamento da única agência bancária representa uma dificuldade real: a alternativa passa a ser cooperativas de crédito ou correspondentes bancários, que nem sempre oferecem a mesma gama de serviços.

Outro ponto delicado é a exclusão digital. A falta de internet estável em regiões afastadas ainda limita a adesão plena ao modelo online. Por isso, especialistas ressaltam a importância de políticas de inclusão digital para evitar que parte da população fique para trás.

O que diz o Itaú

Em posicionamento recente, a instituição afirmou que a rede física continua essencial, mas com um perfil mais consultivo e direcionado. O banco reforça que mantém equipes treinadas para oferecer atendimento humano em situações que exigem análise aprofundada, enquanto a maior parte das transações cotidianas deve ser feita pelo superapp.

Na comunicação com o mercado, o Itaú destaca que o modelo digital reduz custos operacionais e melhora a eficiência, ao mesmo tempo em que preserva atendimento especializado para quem precisa de orientação.

O futuro das agências bancárias

Nos últimos anos, o mapa bancário no Brasil mudou rapidamente. De balcões cheios e filas longas, o cenário agora é de telas, aplicativos e poucos toques no celular para resolver quase tudo. A dúvida que fica é até onde vai a redução do número de agências físicas e como o setor bancário vai equilibrar eficiência tecnológica com o atendimento presencial necessário para milhões de brasileiros.