Identificar textos feitos pelo ChatGPT vai ficar mais difícil; veja como
Hoje em dia, uma das grandes dificuldades na internet é separar o que é real do que é IA, mas isso vai mudar com uma novidade para ChatGPT
O uso da inteligência artificial transformou profundamente a forma como as pessoas produzem, consomem e compartilham conteúdo na internet. Com o avanço de ferramentas como o ChatGPT, tornou-se cada vez mais comum encontrar textos criados de maneira automatizada.
Elas são capazes de imitar estilos humanos com alta precisão. Essa evolução trouxe vantagens significativas, como agilidade e otimização de tarefas, mas também levantou debates sobre autenticidade e originalidade.
À medida que a inteligência artificial evolui, surgem novas formas de detectar ou mascarar a sua atuação. Recentemente, uma mudança importante promete alterar essa percepção, tornando ainda mais difícil distinguir quando um texto foi escrito por uma pessoa ou por uma ferramenta automatizada.

O que facilita identificar textos do ChatGPT?
Durante muito tempo, um dos sinais mais evidentes de que um texto havia sido criado pelo ChatGPT era o uso constante do travessão. Esse sinal de pontuação, tradicionalmente usado para indicar falas, explicações e intercalações, tornou-se quase uma “assinatura” da ferramenta.
Muitos usuários notaram esse padrão e passaram a associá-lo diretamente aos textos gerados por inteligência artificial. Por essa razão, o uso do travessão gerou polêmica e levou à solicitação para que o modelo abandonasse esse hábito em suas respostas.
O CEO da OpenAI, Sam Altman, confirmou a mudança em uma publicação no X, antigo Twitter, comemorando o fim dessa característica marcante. Segundo ele, o ChatGPT “finalmente fará o que deveria fazer”, atendendo aos pedidos de usuários que queriam textos mais naturais.
A decisão reflete uma tentativa de tornar a produção textual da ferramenta mais flexível, reduzindo os traços que facilitavam sua identificação. Com isso, o ChatGPT passa a escrever de forma mais próxima ao estilo humano, sem depender de uma marca linguística tão específica.
Essa alteração também demonstra o esforço da OpenAI para aprimorar a experiência dos usuários. Ao eliminar um elemento visual que servia como indicador de texto automatizado, a empresa busca ampliar a sensação de autenticidade e naturalidade.
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Vai ficar mais difícil identificar
Com a retirada do travessão, identificar textos criados pelo ChatGPT se tornará um desafio ainda maior. Antes dessa mudança, muitas pessoas acreditavam que o uso exagerado desse sinal de pontuação era uma forma de reconhecer conteúdos escritos por IA.
Em redes sociais, por exemplo, circulava a teoria de que um texto cheio de “tracinhos” era, com grande probabilidade, gerado automaticamente. Agora, com a nova atualização, essa pista deixa de ser confiável, o que vai confundir pessoas.
O travessão foi incorporado aos textos do ChatGPT devido ao grande volume de dados usados em seu treinamento. A ferramenta aprendeu com livros, artigos acadêmicos e matérias jornalísticas, nos quais o uso dessa pontuação é comum.
Assim, o modelo interpretou que o travessão era um indicativo de escrita formal e bem estruturada. No entanto, isso gerava um estilo repetitivo, que acabava entregando a origem do conteúdo. Ao remover essa característica, a OpenAI elimina um traço visual e estilístico.
Apesar disso, especialistas afirmam que ainda existem outras maneiras de perceber quando um texto é produzido por inteligência artificial. Elementos como repetição de frases, estrutura rígida e pouca variação linguística continuam servindo como sinais de alerta.
Mesmo assim, a mudança representa um avanço significativo na sofisticação da escrita automatizada. Com o tempo, distinguir o que foi escrito por humanos ou por robôs poderá se tornar praticamente impossível, especialmente à medida que os modelos se tornam mais adaptáveis ao estilo e à linguagem.
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Marcas de textos criados pelo ChatGPT
Mesmo com a eliminação do travessão como sinal característico, os textos criados pelo ChatGPT ainda apresentam traços específicos que permitem sua identificação. Entre os principais, destacam-se:
- Repetição de ideias – A IA tende a retomar conceitos semelhantes com pequenas variações de palavras, o que gera redundância e reduz a naturalidade da escrita.
- Conectivos em excesso – O modelo usa grande número de conectores para dar fluidez, mas, muitas vezes, o resultado soa artificial ou exageradamente formal.
- Falta de subjetividade – O texto costuma adotar tom neutro, evitando opiniões pessoais ou emoções profundas, o que o torna informativo, porém impessoal.
- Estrutura previsível – As respostas seguem uma organização lógica e padronizada, geralmente com introdução, desenvolvimento e conclusão bem delimitados.
- Vocabulário genérico – A ferramenta privilegia palavras amplas e neutras, evitando regionalismos e expressões específicas, o que reduz o traço humano da linguagem.
Essas características mostram que, embora o ChatGPT tenha evoluído em naturalidade e fluidez, ainda mantém uma assinatura sutil, perceptível para leitores mais atentos. A decisão de abandonar o travessão representa um passo importante para aprimorar o estilo.
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