Golpe do falso advogado: entenda a tática criminosa que usa processos judiciais para roubar dinheiro
Criminosos usam dados reais de ações na Justiça e cobram “taxas” inventadas, pressionando as vítimas com urgência. Saiba como a fraude funciona e como se proteger.
Esteja você esperando uma causa na Justiça ou não, é fundamental ficar atento a um golpe que tem feito muitas vítimas no Brasil: o do falso advogado. Funciona de uma maneira muito simples, mas surpreendente, pois os criminosos usam informações verdadeiras sobre processos judiciais.
A tática faz a vítima acreditar que está prestes a receber um dinheiro que ganhou na Justiça, como uma indenização, um precatório ou uma causa trabalhista. No entanto, para liberar esse valor, é preciso fazer um pagamento “urgente”.
Recentemente, uma moradora de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, perdeu quase R$ 13 mil ao cair nessa armadilha. Os golpistas forjaram a cobrança de taxas em um processo que ela realmente tinha.
Casos como este mostram o quanto a fraude está sofisticada. Os criminosos usam dados que conseguem em consultas públicas de processos, o que torna a conversa muito mais convincente e assusta a pessoa.
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Como os criminosos montam o golpe
O primeiro passo dos golpistas é a coleta de dados. Eles vasculham sistemas públicos de tribunais para encontrar informações detalhadas de pessoas que têm processos em andamento.
Eles anotam nome completo da vítima, número do processo, o tipo da ação, o nome do advogado real e, às vezes, até o valor da causa. Esse conhecimento prévio é a chave para o sucesso do golpe.
Em seguida, o contato com a vítima é feito, geralmente por WhatsApp, e-mail ou até ligação. O golpista se apresenta como o advogado da pessoa, um assessor do escritório ou um funcionário da Justiça.
A conversa é sempre no mesmo tom: o processo chegou ao fim, a Justiça vai liberar um valor e o dinheiro está pronto para cair na conta. Só que, antes disso, precisa de um pagamento imediato.
Onde está a mentira
A mentira está justamente na cobrança de “taxas”, “custas processuais” ou “imposto de renda” para liberar o valor. Eles criam um senso de urgência, dizendo que o prazo para o pagamento é curtíssimo.
Os criminosos pedem que a transferência seja feita via PIX ou depósito em contas de pessoas físicas, os chamados “laranjas”. É nessa hora que a vítima, na ânsia de receber o dinheiro, faz a transferência e perde o valor.
O pior é que, assim que o pagamento é feito, os golpistas somem. A vítima tenta entrar em contato novamente com o número, mas não consegue mais resposta.
É fundamental entender que a Justiça não cobra valores adiantados para liberar indenizações ou precatórios. Essas taxas e impostos, quando existem, são descontados automaticamente do valor a ser recebido ou cobrados de forma oficial pelo seu advogado de confiança.
Atenção redobrada: sinais para desconfiar
Para evitar cair nessa, existem alguns sinais muito claros que você deve observar em qualquer contato que pareça suspeito. A cautela é a sua melhor defesa.
Desconfie de pedidos de dinheiro inesperados. Se o seu advogado nunca pediu um depósito fora dos honorários contratuais, um pedido urgente por WhatsApp é um grande alerta.
Verifique a urgência. Golpistas sempre tentam colocar pressão para que você não tenha tempo de pensar ou verificar a informação. Mantenha a calma e nunca pague na hora.
Confirme o contato. Ligue para o número de telefone fixo ou celular oficial do seu advogado ou escritório. Não use o número que te mandou a mensagem suspeita, ligue para o contato que você já conhece.
Cheque a conta de destino. Um pagamento para o seu processo deve ser feito em uma conta bancária com o CPF do advogado ou o CNPJ do escritório. Se o PIX for para uma conta de pessoa física desconhecida, é golpe na certa.
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O que fazer se você receber um contato assim
Se você receber uma mensagem desse tipo, a primeira coisa é não entrar em pânico. Não responda ao golpista e não clique em links ou abra anexos.
Em seguida, procure o seu advogado verdadeiro. Conte o que aconteceu e peça para ele confirmar se existe alguma pendência no seu processo que exija pagamento.
Caso você tenha caído no golpe, o passo é registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) imediatamente. Guarde todos os prints da conversa e os comprovantes de transferência.
Além disso, é importante alertar o máximo de pessoas sobre o golpe. Criminosos se aproveitam da falta de informação para enganar, especialmente pessoas mais velhas ou com menos familiaridade com a tecnologia. Mantenha-se informado e seguro.