EUA impõem sanções à Autoridade Nacional Palestina por conflito com Israel

EUA Impõem Sanções a Autoridades Palestinas em Meio a Crise Humanitária

Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram a imposição de sanções contra autoridades da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O Departamento de Estado dos EUA alegou que essas organizações têm tomado medidas para "internacionalizar o conflito com Israel". As sanções incluem a negação de vistos para os membros dessas entidades, que, segundo Washington, continuam a apoiar o terrorismo e incitar a violência.

Essas sanções ocorrem em um contexto delicado, pois vários países, incluindo França e Canadá, se preparam para reconhecer formalmente um Estado palestino na próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorrerá em setembro em Nova York. Essa mudança é impulsionada por um apelo dos Estados árabes e muçulmanos pedindo que o Hamas desarme e abandone o poder na Faixa de Gaza, numa tentativa de buscar uma solução pacífica para as tensões na região.

Recentemente, 22 membros da Liga Árabe, toda a União Europeia e outros 17 países apoiaram uma declaração que reforça a necessidade de que a governança e a segurança na Palestina sejam responsabilidade exclusiva da ANP, com o devido apoio internacional. O documento pede que, no contexto do fim da guerra em Gaza, o Hamas deve colocar fim ao seu domínio na região e entregar suas armas à ANP.

O texto também condenou o ataque do Hamas a Israel, que ocorreu em 7 de outubro de 2023, e sugere o envio de uma missão internacional temporária de estabilização, a convite da ANP, sob a supervisão das Nações Unidas. A autoria da declaração expressou satisfação com a disponibilidade de alguns Estados-Membros em contribuir com tropas para essa missão.

As sanções impostas pelos EUA não especificam quais lideranças palestinas estão afetadas, o que pode dificultar a participação delas na Assembleia Geral da ONU no próximo mês.

Cenário Humanitário Crítico em Gaza

A situação em Gaza se agrava, com as críticas internacionais a Israel atingindo níveis elevados. A ofensiva israelense, que dura quase dois anos, provocou uma severa crise humanitária na região, marcada por altas taxas de mortalidade e fome. Recentemente, organizações humanitárias, tanto israelenses quanto estrangeiras, começaram a usar a palavra "genocídio" para descrever a situação, e figuras públicas em Israel exigiram "duras sanções" contra seu próprio país.

O número de mortos em Gaza já ultrapassa 60 mil. A situação se torna ainda mais alarmante com imagens de crianças desnutridas e ataques a pontos de distribuição de ajuda humanitária, gerando indignação tanto entre a população palestina quanto israelense.

Nos últimos dias, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou mais de 100 mortes em um único dia, incluindo pessoas que faleceram de desnutrição e outras que foram atingidas enquanto tentavam acessar ajuda. Hospitalizações também foram registradas em cenários de conflito próximo a centros de distribuição de ajuda.

As quantidades de ajuda humanitária recebidas em Gaza permanecem insuficientes. Nos últimos dias, cerca de 100 caminhões de assistência entraram no enclave, enquanto as autoridades israelenses afirmam que esse número é maior, chegando a 220. Entretanto, a ONU estima que são necessários pelo menos 500 caminhões por dia para alimentar adequadamente a população de cerca de 2 milhões de pessoas que habitam a região.