Estudo revela que crença em teorias da conspiração indica arrogância

A crença de que a Terra é plana ainda encontra defensores no nosso século XXI. Esses chamados terraplanistas sustentam ideias que vão contra o que a ciência nos comprovou, e o fazem com uma segurança surpreendente.

Recentemente, um estudo trouxe à tona um fato curioso: quem acredita na Terra plana, assim como em outras teorias da conspiração, tende a ter uma confiança excessiva, mesmo quando está claramente errado. Essa descoberta nos leva a refletir sobre a ligação entre a confiança exagerada e a adesão a esses conceitos.

Terraplanismo e outras crenças radicais

As teorias da conspiração aparecem de várias formas. Algumas são mais conhecidas, como a de que o pouso na Lua foi uma farsa. Outras, como a crença de que o mundo é controlado por reptilianos, desafiam totalmente a lógica científica.

Um estudo realizado na Universidade Cornell analisou esse fenômeno. Publicado na revista Personality and Social Psychology Bulletin, ele se baseou em dados de oito pesquisas diferentes, que envolveram 4.181 pessoas nos Estados Unidos.

Como foi feito o estudo

Os participantes passaram por algumas tarefas cognitivas e, em seguida, tinham que avaliar seu desempenho. A partir disso, os pesquisadores puderam medir o nível de confiança de cada um.

Os resultados mostraram que aqueles que se saíram mal, mas estavam convencidos de que foram bem, apresentaram uma confiança maior do que realmente deveriam. Essa suposta competência foi comparada à adesão a várias teorias da conspiração, como a de que a Terra é plana ou de que vacinas fazem parte de um controle governamental.

Os cientistas descobriram que havia uma conexão clara entre essa superconfiança e a aceitação de mitos.

Falso consenso e percepção distorcida

Outro ponto interessante do estudo foi a percepção equivocada que esses defensores de teorias conspiratórias têm sobre o apoio que suas crenças recebem. Enquanto apenas 12% dos participantes acreditavam em teorias da conspiração, muitos que tinham essas crenças achavam que a maioria da população estava do mesmo lado.

Esse fenômeno, chamado de “falso consenso”, se destacou entre os participantes mais confiantes. Ou seja, além de abraçarem informações erradas, eles acreditam que a maioria pensa como eles. Gordon Pennycook, um dos pesquisadores envolvidos, destaca que essa desconexão é preocupante, pois torna as convicções ainda mais imunes a questionamentos.

Por que isso importa

Os pesquisadores alertam que essa confiança exagerada pode levar pessoas a rejeitar informações confiáveis e a se fixar em ideias já comprovadamente falsas. Isso é alarmante, especialmente quando falamos de temas que envolvem a saúde e a ciência.

Conforme eles afirmam, muitos esforços para combater a desinformação falham porque, muitas vezes, aqueles que mais precisam mudar de ideia são os menos dispostos a considerar que podem estar equivocados. A combinação entre um raciocínio analítico fraco e a superconfiança torna difícil qualquer tentativa de convencê-los.

A teoria da Terra plana

O terraplanismo, por exemplo, defende que nosso planeta é um disco e que o Polo Norte está no centro, cercado por uma parede de gelo, sendo a Antártida. Algumas versões até falam de uma cúpula de vidro cobrindo a Terra, desafiando todo o conhecimento científico.

Os defensores dessa ideia afirmam que todas as imagens de satélite e provas científicas são parte de uma conspiração da NASA e outras agências. Para eles, a ciência é uma grande mentira, e isso só faz aumentar a desconfiança em relação a informações confiáveis.

Por outro lado, a comunidade científica mundial refuta essas afirmações. Anos de estudos, imagens de satélite, GPS e diversos outros métodos confirmam que a Terra é redonda. Mesmo assim, o terraplanismo continua a ganhar força, especialmente através das redes sociais.

Conclusão do estudo

O estudo da Universidade Cornell revela que a superconfiança é um fator importante na formação e manutenção de crenças conspiratórias. Em vez de questionarem suas próprias ideias, esses indivíduos permanecem firmes em suas convicções, acreditando que a maioria das pessoas pensa como eles.

Essa mistura de confiança exagerada, raciocínio deficiente e percepção distorcida da realidade torna muito complicado convencê-los a mudar de opinião. Portanto, entender essas dinâmicas é essencial para lidar com a desinformação que circula por aí.