Erro no PIX: como recuperar valores enviados para contas erradas

Com a popularização do PIX, casos de transferências erradas se tornaram mais comuns do que se imagina. Um erro de digitação pode direcionar o dinheiro para uma conta desconhecida e gerar preocupação imediata.

Dados do Banco Central (bcb.gov.br) apontam que, desde a criação do sistema, mais de R$ 60 trilhões já foram movimentados por meio do PIX. A velocidade da transação, ao mesmo tempo que é uma vantagem, também pode dificultar a reversão de erros.

A boa notícia é que existem mecanismos para lidar com essas situações. Saber como agir diante de um erro PIX é fundamental para evitar perdas financeiras e acionar os recursos corretos.

Erro no PIX como recuperar valores enviados para contas erradas
Transferências feitas por engano via PIX podem ser solucionadas com medidas rápidas e apoio do banco – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

O que fazer imediatamente após um erro de envio no PIX

Assim que o erro for percebido, o primeiro passo é verificar os dados da transação e tentar contato com o recebedor. Muitas vezes, o nome e parte dos dados bancários aparecem no comprovante.

Se for possível estabelecer contato direto com quem recebeu o valor, é recomendável explicar a situação com clareza e solicitar a devolução usando o recurso “Devolver” no próprio aplicativo.

Paralelamente, o remetente deve avisar imediatamente o banco para relatar o ocorrido. Quanto mais rápido for o aviso, maiores são as chances de recuperação.

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Como identificar se o valor foi enviado para uma conta desconhecida

Ao confirmar que o valor foi transferido incorretamente, é importante analisar o comprovante. O documento mostra o nome completo do recebedor e a instituição financeira de destino.

Caso esses dados não correspondam a nenhum contato conhecido, é sinal de que o valor caiu em uma conta estranha. Essa verificação ajuda a decidir o melhor caminho para tentativa de recuperação.

Nessa situação, o apoio da instituição financeira é essencial. O banco pode tentar intermediar a devolução por meio de contato com o recebedor ou com a instituição bancária envolvida.

É possível cancelar um PIX depois do envio? Veja as regras

Uma vez que o PIX é finalizado, não há como cancelá-lo diretamente. O sistema é instantâneo e irrevogável por padrão. Portanto, o cancelamento depende da boa-fé de quem recebeu e da ação dos bancos envolvidos.

No entanto, o Banco Central prevê alternativas para situações excepcionais, como fraudes ou erros operacionais. É nesses casos que entra o Mecanismo Especial de Devolução (MED).

Portanto, não se trata de um cancelamento comum, mas de um processo formal que depende de análise e documentação adequada.

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Passo a passo para solicitar a devolução do valor pelo aplicativo do banco

Cada instituição financeira possui um processo próprio, mas de forma geral, o caminho é semelhante. No aplicativo, o usuário acessa o extrato, localiza a transação e clica na opção “Devolver”.

Em seguida, o sistema pergunta se a devolução será total ou parcial. O cliente confirma a quantia, informa um motivo e conclui a operação com autenticação.

É importante guardar o comprovante, pois ele é a prova de que a tentativa de resolução foi realizada corretamente.

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O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é uma ferramenta oficial criada pelo Banco Central para casos de fraude via PIX – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Como funciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central

O MED foi criado pelo Banco Central para facilitar a devolução de valores transferidos indevidamente, especialmente em casos de golpe ou fraude. Ele pode ser acionado em até 80 dias após a transação.

O usuário deve acionar o banco, apresentar evidências como boletim de ocorrência, prints de conversas e comprovantes. A instituição avalia e, se aprovada, bloqueia temporariamente o valor na conta do recebedor.

Caso seja confirmada a irregularidade, a quantia é devolvida em até 96 horas. Se o saldo não estiver disponível, o banco segue monitorando a conta por mais 90 dias.

Quando o banco é obrigado a intermediar a devolução do PIX

As instituições financeiras são obrigadas a atuar como intermediárias sempre que há indícios de fraude, crime ou erro comprovado em sistemas internos. Nessas situações, a cooperatividade entre os bancos é exigida.

Em outros casos, o banco pode agir mediante solicitação do cliente, mas sem obrigatoriedade legal. O suporte é oferecido como parte do serviço de atendimento, visando uma solução amigável.

Mesmo sem garantias, essa intermediação costuma ser eficaz em vários cenários, especialmente quando o valor ainda está na conta do recebedor.

Prazo para tentar recuperar um valor enviado por engano

Não existe um prazo legal fixo para solicitar a devolução de valores enviados por engano. No entanto, quanto antes o banco for informado, maiores são as chances de êxito.

No caso do MED, o prazo é de 80 dias. Após esse período, a instituição financeira pode recusar o pedido por limitação regulatória.

Para processos judiciais, o ideal é registrar boletim de ocorrência em até 15 dias e buscar orientação jurídica o mais rápido possível.

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O que fazer se o destinatário se recusar a devolver o dinheiro

Se o contato direto e a intermediação bancária não funcionarem, o remetente pode registrar boletim de ocorrência por apropriação indébita, conforme o artigo 169 do Código Penal.

O recebedor tem até 15 dias para devolver o valor antes de responder judicialmente. A pena pode variar de multa a detenção de até um ano.

Com o B.O., o remetente pode iniciar uma ação judicial e buscar ressarcimento via decisão do juiz, desde que haja provas claras do erro e da tentativa de resolução pacífica.