Elon Musk apresenta Starlink no Brasil, enfrenta concorrência da Amazon

A disputa pelo mercado de internet via satélite no Brasil ficou ainda mais acirrada em junho de 2025, quando a Amazon decidiu entrar na briga, concorrendo diretamente com a Starlink, que é operada pela SpaceX, do famoso Elon Musk. Esse movimento promete causar um impacto significativo na conexão em diversas áreas, inclusive aquelas mais afastadas dos grandes centros urbanos.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu sinal verde para que a Amazon testasse seu Projeto Kuiper e também prorrogou o prazo para que o serviço comece a funcionar no Brasil. Com isso, o cenário das telecomunicações no país se diversifica bastante, aumentando as chances de conectividade em locais remotos e urbanos.

Autorização da Anatel para o Projeto Kuiper

A autorização da Anatel foi oficializada na quarta-feira, 18 de junho, e estendeu o prazo para a implementação do sistema Kuiper até 29 de agosto de 2025. Essa prorrogação atendeu a um pedido da própria Amazon, que explicou que precisava de mais tempo para completar a movimentação orbital de seus satélites já lançados.

Segundo a empresa, esse trabalho é essencial para garantir que o serviço opere de forma segura e estável, e pode levar de um a quatro meses após cada satélite ser colocado em órbita. Em abril, a Amazon já tinha lançado 27 satélites, todos prontos para transmitir e receber sinais nas frequências permitidas pela licença brasileira.

A Anatel viu isso como um sinal positivo e considerou o pedido de prorrogação mais como um ajuste técnico do que um atraso intencional.

Testes do Kuiper em cidades brasileiras

Além da extensão do prazo, a Anatel também autorizou testes temporários do Kuiper em solo brasileiro. Esses testes ocorrerão de 24 de junho até 21 de setembro de 2025, em Cosmópolis, no estado de São Paulo, e em Glória de Dourados, em Mato Grosso do Sul. A ideia é validar os equipamentos antes de seu lançamento comercial.

Starlink e o avanço da conectividade

Com a Amazon entrando na jogada, a competição agora é não apenas com a Starlink, que já tem presença em todos os estados do Brasil, mas também em áreas que costumam ficar de fora, como regiões mais isoladas. A Starlink opera com internet banda larga de alta velocidade, utilizando satélites que estão em órbita baixa, o que é perfeito para locais onde a infraestrutura tradicional, como fibra óptica, não chega.

A chegada do Projeto Kuiper pode ampliar ainda mais a oferta de internet, levando conectividade a comunidades rurais, escolas isoladas, pequenos negócios e até grandes fazendas do agronegócio.

Intelsat mantém presença no setor de satélites

Mas não é só a Amazon e a SpaceX que estão no jogo. A Intelsat também marca presença forte no Brasil. Recentemente, a Anatel renovou até 29 de julho de 2030 o direito de exploração do satélite Galaxy 28, que está em órbita desde 2005. Ele oferece serviços importantes, como telecomunicações e transmissão de dados, para todo o Brasil.

A Intelsat Brasil, subsidiária da empresa, é responsável por essas operações no país, mostrando que mesmo em meio à concorrência, a presença dela é sólida.

Como funciona a internet via satélite

Você sabe como funciona a internet via satélite? Ao contrário das redes fixas, que dependem de cabos e infraestrutura no chão, a banda larga via satélite usa equipamentos espaciais para enviar o sinal direto para o usuário, que precisa ter uma antena em casa.

Essa tecnologia é uma solução para lugares onde a fibra óptica ou as redes móveis não chegam, ajudando a reduzir o “apagão digital” que ainda assola várias regiões do Brasil. O Projeto Kuiper vai usar satélites não geoestacionários, que se movem em relação à Terra, garantindo conexões mais rápidas e estáveis. O mesmo princípio é seguido pela Starlink, que já tem conseguido resultados positivos, especialmente em áreas como a Amazônia e o interior do Nordeste.

Inclusão digital e expectativas do mercado

Segundo o IBGE, ainda há mais de 4 milhões de domicílios no Brasil sem acesso à internet, a maior parte nas áreas rurais. Com a concorrência entre Amazon e SpaceX, espera-se que isso ajude a baixar os preços e aumentar as opções para os consumidores. Essa concorrência pode ser um bom passo rumo à inclusão digital, que pode trazer benefícios sociais e econômicos.

A regulação da Anatel é fundamental para garantir que tudo funcione de forma equilibrada e segura, monitorando os requisitos técnicos e autorizando as operações. A intenção é estimular a entrada de novos competidores, sempre protegendo os interesses do consumidor.

Viabilidade comercial e futuro da internet via satélite

A viabilidade comercial dos serviços também é uma questão importante. A Starlink já é uma realidade consolidada no mercado, enquanto o Kuiper está apenas começando seus testes, prometendo qualidade e preços competitivos.

Já a Intelsat mantém contratos fortes, especialmente com empresas e emissoras de TV. Com três grandes protagonistas – Starlink, Amazon Kuiper e Intelsat – o Brasil se firmou como um dos maiores mercados emergentes para internet via satélite. O que antes era um setor dominado por poucas operadoras agora está mudando, com a expectativa de soluções tecnológicas rápidas e novas oportunidades de negócios.

O futuro da conectividade no Brasil

Essas novidades levantam questões interessantes: com a chegada de gigantes como a Amazon e o avanço da Starlink, será que a internet via satélite vai conseguir superar as desigualdades digitais no Brasil? O tempo dirá, mas o cenário está se transformando rapidamente.