Quanto tempo demora um processo de auxílio-acidente e como acompanhar
O auxílio-acidente é um benefício previdenciário destinado a trabalhadores que, após sofrerem um acidente de qualquer natureza, ficam com sequelas permanentes que reduzem sua capacidade de trabalho. Diante dessa situação, uma das principais preocupações dos segurados é a incerteza sobre a duração do processo de análise no INSS.
A concessão do benefício envolve uma série de etapas burocráticas, que incluem o requerimento inicial, a análise documental e, principalmente, a perícia médica, que irá atestar a existência da sequela e a redução da capacidade laboral. Cada uma dessas fases possui seu próprio tempo de processamento.
Embora existam prazos legais que o INSS deve cumprir para a conclusão da análise, a realidade operacional do instituto, com um grande volume de pedidos, frequentemente resulta em uma espera que ultrapassa o período estipulado. Essa demora pode agravar a situação financeira do segurado que já lida com as consequências do acidente.
Conhecer as etapas do processo, saber como acompanhar o andamento do pedido e entender quais medidas podem ser tomadas em caso de atraso excessivo são ações fundamentais para o cidadão.
Índice – Auxílio-acidente
- Entenda os prazos e a burocracia do processo de auxílio-acidente
- As etapas da análise do INSS e a demora em cada uma delas
- Onde e como acompanhar o processo de auxílio-acidente online
- Como usar o aplicativo Meu INSS para verificar o status do seu pedido
- O que significam os diferentes status do seu processo no Meu INSS
- Prazos legais: o que fazer se o INSS ultrapassar o tempo de análise
- O que é o recurso administrativo e quando ele pode ser usado
- Dicas para agilizar o processo e evitar a demora na análise do INSS
Entenda os prazos e a burocracia do processo de auxílio-acidente
O processo para a concessão do auxílio-acidente é composto por uma sequência de etapas administrativas e periciais que, somadas, podem levar de alguns meses a mais de um ano. A burocracia do sistema previdenciário e os prazos de cada fase contribuem para a percepção de lentidão por parte do segurado.
Desde o requerimento inicial até a decisão final, o pedido passa por diferentes setores do INSS. A análise administrativa verifica os requisitos básicos, como a qualidade de segurado, enquanto a perícia médica avalia a condição de saúde. A comunicação entre esses setores e a disponibilidade de agenda dos peritos influenciam diretamente no tempo total.
Embora a legislação estabeleça prazos para a conclusão dos processos, a sobrecarga de pedidos no INSS faz com que a espera na prática seja, muitas vezes, superior. O processo pode se estender ainda mais caso a decisão inicial do INSS seja negativa e o segurado precise recorrer administrativa ou judicialmente.
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As etapas da análise do INSS e a demora em cada uma delas
A jornada do segurado começa com o requerimento do benefício, que é seguido pelo agendamento da perícia médica. Apenas essa etapa inicial já pode consumir um tempo considerável, pois a disponibilidade de datas para a perícia varia muito entre as diferentes regiões do país, com filas de espera que podem durar meses.
A segunda etapa é a realização da perícia médica, na qual um perito do INSS avalia a condição do segurado e elabora um laudo. Esse laudo é o documento central para a decisão, atestando se o acidente resultou em uma sequela permanente e se essa sequela de fato reduz a capacidade para o trabalho habitual.
Após a perícia, o processo entra na fase de análise administrativa. Um servidor do INSS irá conferir o laudo pericial e cruzar as informações com os dados cadastrais e de contribuição do segurado, registrados no CNIS. É nessa etapa que o prazo legal de 60 dias para a decisão começa a ser contado, mas a alta demanda interna pode causar atrasos.
Onde e como acompanhar o processo de auxílio-acidente online
A forma mais eficiente e recomendada para acompanhar o andamento do pedido de auxílio-acidente é por meio dos canais digitais do INSS. A principal ferramenta para essa finalidade é a plataforma Meu INSS (meu.inss.gov.br), que pode ser acessada tanto pelo site oficial quanto pelo aplicativo para celular.
O portal Meu INSS centraliza todas as informações sobre a vida previdenciária do segurado, permitindo um acompanhamento detalhado de cada fase do processo. O acesso à plataforma é seguro e realizado por meio da conta Gov.br, o sistema de login único do Governo Federal.
Como alternativa para quem não possui acesso à internet, o acompanhamento também pode ser feito por meio da central telefônica 135. No entanto, o portal online oferece um nível de detalhamento maior, permitindo a visualização de documentos e do histórico completo do requerimento.
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Como usar o aplicativo Meu INSS para verificar o status do seu pedido
Para verificar o status do seu pedido de auxílio-acidente, o primeiro passo é acessar o aplicativo ou o site Meu INSS e fazer o login com seu CPF e senha da conta Gov.br. Uma vez dentro da plataforma, a navegação é intuitiva.
Na tela inicial, o usuário deve procurar pela opção “Consultar Pedidos”. Ao clicar, o sistema exibirá uma lista com todos os requerimentos que foram feitos em seu nome. Localize o pedido de auxílio-acidente na lista para visualizar sua situação atual.
Ao selecionar o pedido, será possível ver um histórico detalhado de todas as movimentações, desde a data do requerimento até o status mais recente. É fundamental verificar essa seção com regularidade para se manter informado sobre o andamento e sobre possíveis solicitações do INSS.

O que significam os diferentes status do seu processo no Meu INSS
Ao consultar o pedido no Meu INSS, o segurado se deparará com diferentes status, e é importante entender o que cada um significa. O status “Em Análise” indica que o requerimento foi recebido e está na fila para ser analisado por um servidor, aguardando sua vez.
O status que exige maior atenção é o “Em Exigência”. Ele significa que o INSS identificou a falta de algum documento ou informação e está solicitando que o segurado complemente o processo. Ao ver esse status, é preciso clicar para ver os detalhes da exigência e cumpri-la o mais rápido possível.
Por fim, os status “Deferido” e “Indeferido” indicam a decisão final. “Deferido” significa que o benefício foi concedido. “Indeferido” significa que o pedido foi negado, e o segurado poderá consultar o “Comunicado de Decisão” para saber os motivos da negativa e avaliar a possibilidade de um recurso.
Prazos legais: o que fazer se o INSS ultrapassar o tempo de análise
O INSS tem um prazo legal para analisar os pedidos de benefício, estabelecido em um acordo com o Supremo Tribunal Federal. Para o auxílio-acidente, o prazo para a conclusão da análise é de 60 dias a partir da data da realização da perícia médica.
Se esse prazo for ultrapassado sem que haja uma decisão, o segurado pode tomar medidas para cobrar uma resposta. A primeira ação recomendada é registrar uma reclamação formal na Ouvidoria do INSS. Isso pode ser feito pela internet, na Plataforma Fala.BR, ou pelo telefone 135.
Caso a demora persista mesmo após a reclamação na Ouvidoria, o segurado pode recorrer à Justiça. A medida judicial cabível para esses casos é o Mandado de Segurança, uma ação que não discute o direito ao benefício em si, mas que busca uma ordem judicial para que o INSS cumpra seu dever de analisar o processo dentro de um prazo razoável.
O que é o recurso administrativo e quando ele pode ser usado
O recurso administrativo é uma ferramenta utilizada para contestar uma decisão de indeferimento, ou seja, quando o INSS já analisou o processo e negou o benefício. Ele não se aplica aos casos de simples demora na análise.
Se o seu pedido de auxílio-acidente foi negado, você tem o prazo de 30 dias, a contar da data da ciência da decisão, para apresentar um recurso ao próprio INSS. O recurso é protocolado pelo portal Meu INSS e deve ser fundamentado, explicando os motivos pelos quais você discorda da decisão.
Nesse processo, o seu pedido será reavaliado por uma instância superior dentro do INSS, a Junta de Recursos da Previdência Social. Embora seja um direito do segurado, a via judicial, na maioria dos casos de auxílio-acidente, costuma apresentar uma taxa de sucesso maior, devido à realização de uma nova perícia por um perito judicial.
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Dicas para agilizar o processo e evitar a demora na análise do INSS
A principal dica para evitar atrasos é a preparação cuidadosa do requerimento. Antes de dar entrada no pedido, o segurado deve organizar toda a documentação necessária, tanto a pessoal quanto, e principalmente, a médica.
A documentação médica deve ser robusta, recente e detalhada. Além do laudo principal, é importante apresentar exames de imagem, relatórios de fisioterapia e qualquer outro documento que comprove a existência da sequela e, fundamentalmente, como ela reduziu a capacidade para a sua atividade de trabalho específica.
O acompanhamento proativo do processo no Meu INSS também é uma forma de agilizar a análise. Ao verificar a existência de uma “exigência” e respondê-la rapidamente, o segurado impede que seu processo fique parado por meses, aguardando o cumprimento de um prazo que ele desconhecia.