Contratação PJ: saiba tudo sobre as regras, vantagens e cuidados que sua empresa deve ter!

Contratar PJ exige atenção para não cair em ilegalidades. Saiba o que a lei permite, como evitar pejotização e quem pode atuar como pessoa jurídica.

A contratação PJ virou uma prática comum em muitos setores do mercado. Essa modalidade oferece liberdade para o trabalhador e flexibilidade para a empresa. Apesar disso, ela exige atenção para evitar problemas legais.

Ao invés de registrar o profissional como CLT, a empresa firma um contrato com uma pessoa jurídica. Ou seja, o trabalhador precisa ter um CNPJ ativo para prestar serviços. Essa relação não se enquadra como vínculo empregatício tradicional.

Por isso, conhecer as regras da contratação PJ evita dores de cabeça para os dois lados. Empresas e profissionais precisam entender os direitos e deveres de cada parte. Assim, tudo funciona com mais segurança e clareza.

Contratação PJ.
Entenda o que é contratação PJ, quais são os cuidados necessários e quando ela se torna ilegal. Evite erros que podem gerar ações trabalhistas. (Foto: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br).

O que é PJ?

PJ significa Pessoa Jurídica, ou seja, uma empresa registrada com CNPJ. Ao atuar como PJ, o profissional oferece serviços como empresa, não como empregado. Essa modalidade não segue as regras da CLT.

O profissional PJ emite notas fiscais e negocia diretamente com a empresa. Ele define valores, prazos, entregas e pode atender vários clientes ao mesmo tempo. Esse modelo é comum em áreas como tecnologia, design e consultoria.

Apesar de parecer simples, atuar como PJ envolve compromissos com impostos e obrigações fiscais. Por isso, é importante manter a contabilidade em dia e seguir o regime tributário correto.

Aproveite e confira:

Como funciona a contratação PJ?

A contratação PJ funciona por meio de um contrato entre a empresa e o prestador de serviço. O documento define prazos, valores e condições de trabalho. Tudo deve ficar registrado por escrito para garantir segurança jurídica.

O profissional não recebe benefícios como férias, décimo terceiro ou FGTS. Em contrapartida, ele pode cobrar valores maiores e negociar condições específicas. Essa liberdade atrai muitos profissionais qualificados.

Como não existe vínculo empregatício, a empresa não arca com encargos trabalhistas. Isso reduz custos e permite contratações pontuais ou por projeto.

O que é a Pejotização?

Pejotização acontece quando a empresa obriga alguém a se registrar como PJ, sem mudar a rotina de trabalho. A pessoa continua com horários fixos, subordinação e outras regras típicas de um contrato CLT. Essa prática é ilegal porque esconde um vínculo empregatício.

Mesmo com CNPJ, o trabalhador atua como funcionário comum. Por isso, ele pode entrar na Justiça e pedir a formalização do vínculo. A Justiça do Trabalho analisa o caso e considera os fatos, não só o contrato. Se ficar claro que a pessoa era, de fato, um empregado, a empresa pode pagar todos os encargos atrasados.

O que diz a lei sobre a contratação PJ?

A legislação permite a contratação PJ desde que não exista vínculo empregatício disfarçado. O artigo 3º da CLT define o que caracteriza um empregado: subordinação, pessoalidade, habitualidade e remuneração.

Se o profissional cumpre horário fixo, responde a chefes diretos e não pode se recusar a tarefas, a relação é empregatícia. Nesse caso, a contratação PJ pode ser considerada fraude.

Para evitar problemas, a empresa deve manter distância dos elementos da relação CLT. Isso inclui liberdade de horário, autonomia e possibilidade de recusa de tarefas.

Quem pode atuar como PJ?

Qualquer pessoa que tenha um CNPJ ativo pode atuar como PJ. No entanto, é necessário escolher um tipo de empresa, como MEI, EI ou LTDA. Cada uma tem regras específicas e limites de faturamento.

Profissionais liberais, técnicos e consultores usam muito esse modelo. Áreas como marketing, tecnologia, engenharia e advocacia têm muitos prestadores PJ. Essas funções costumam permitir mais autonomia.

Mesmo assim, o trabalhador precisa avaliar se essa escolha vale a pena. Quem opta pela contratação PJ perde direitos trabalhistas e precisa se organizar financeiramente.

Vantagens da contratação PJ para empresas

A contratação PJ traz diversos benefícios para as empresas. O principal deles é a redução de encargos e burocracia. Além disso, a empresa pode contratar por projeto ou por tempo determinado. Outro ponto positivo é a flexibilidade para negociar valores e prazos. Isso permite ajustar a demanda com mais liberdade, sem os limites da CLT. A empresa também não precisa pagar benefícios.

A contratação PJ também acelera processos seletivos e facilita a substituição. Isso ajuda a reduzir custos e manter a agilidade no dia a dia.

E as desvantagens da contratação PJ?

Abaixo está a tabela comparativa com as principais vantagens e desvantagens da contratação PJ:

Vantagens para a empresaDesvantagens para o profissional
Redução de encargos trabalhistasAusência de direitos como férias e FGTS
Flexibilidade para contratar e desligarInsegurança em casos de doença ou acidente
Possibilidade de contrato por projetoPrecisa cuidar da própria contabilidade
Negociação direta de valores e prazosNão tem vínculo com a empresa nem estabilidade

Diferença entre MEI e PJ

MEI é uma categoria simplificada dentro da modalidade PJ. Todo MEI é uma pessoa jurídica, mas nem todo PJ pode ser MEI. Essa opção vale para quem fatura até R$ 81 mil por ano.

O MEI paga menos impostos e tem um regime mais simples. Ele pode contribuir para o INSS e ter acesso a alguns direitos previdenciários. No entanto, só pode contratar um funcionário e tem restrições de atividade.

Já o PJ tradicional pode ser uma empresa de porte maior. Ele não tem limites de faturamento, pode contratar equipe e escolher entre diferentes regimes tributários.

Quais cuidados a empresa precisa ter na contratação de PJ?

A empresa precisa garantir que a contratação PJ não esconda um vínculo CLT. Para isso, deve evitar exigências típicas de um contrato formal, como horários fixos e ordens diretas.

Outro cuidado é manter contratos bem redigidos e registrados. Isso protege ambas as partes e evita problemas futuros. O documento deve deixar claro que se trata de uma prestação de serviço.

Por fim, a empresa precisa acompanhar as obrigações fiscais do contratado. Verificar se o CNPJ está ativo e se as notas fiscais estão corretas evita multas e fiscalizações.