Consórcio ou financiamento? O segredo que os bancos ESCONDEM de você

Modalidades oferecem caminhos distintos para aquisição de bens, mas bancos lucram com taxas que muitos consumidores desconhecem

Adquirir um imóvel, comprar um carro ou investir em um novo bem envolve planejamento financeiro e a escolha da melhor forma de pagamento.

Entre as principais opções disponíveis no mercado, o financiamento e o consórcio se destacam, mas cada um tem características específicas que podem influenciar na decisão do consumidor.

Os bancos e instituições financeiras apresentam essas modalidades como soluções acessíveis, mas nem sempre deixam claro os custos envolvidos. Antes de optar por uma dessas alternativas, é essencial entender como cada uma funciona e quais fatores podem impactar o custo final da compra.

Consórcio ou financiamento O segredo que os bancos ESCONDEM de você
Veja a diferença entre consórcio e financiamento – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Financiamento permite aquisição imediata, mas exige entrada e juros elevados

O financiamento é uma das opções mais utilizadas por quem deseja adquirir um bem sem ter o valor total disponível. Nesse modelo, o banco ou instituição financeira realiza a compra e o cliente assume uma dívida parcelada ao longo dos anos, pagando juros sobre o valor financiado.

Essa modalidade permite que o consumidor tenha acesso imediato ao bem, mas exige o pagamento de uma entrada que, geralmente, corresponde a 20% do valor total. Além disso, as taxas de juros podem tornar a compra mais onerosa, especialmente em períodos de alta da taxa Selic.

Entre as principais vantagens do financiamento, está a possibilidade de amortizar a dívida ao longo do tempo, reduzindo o saldo devedor. O consumidor também pode optar por diferentes formas de correção do contrato, como Taxa Referencial (TR), IPCA ou poupança.

No entanto, o custo final do financiamento pode ser significativamente maior do que o valor original do bem adquirido.

Leia trambém:

Consórcio funciona como poupança coletiva, mas exige paciência para contemplação

Diferente do financiamento, o consórcio não tem cobrança de juros, mas os participantes pagam uma taxa de administração. Essa modalidade funciona por meio da formação de grupos que contribuem mensalmente para um fundo comum, administrado por uma empresa especializada.

A contemplação ocorre por meio de sorteios mensais ou lances, que podem acelerar o processo de obtenção da carta de crédito. No entanto, não há garantia de quando o participante será contemplado, o que pode ser um entrave para quem precisa do bem com urgência.

Uma vantagem do consórcio é a possibilidade de pagar o bem à vista após a contemplação, o que pode gerar descontos na negociação. Além disso, algumas administradoras permitem o uso do FGTS para antecipar a aquisição do imóvel.

Apesar disso, a taxa de administração pode representar um custo significativo ao longo do tempo, tornando o valor total desembolsado próximo ao de um financiamento.

Custos ocultos: como os bancos lucram com cada modalidade

Tanto o financiamento quanto o consórcio geram lucros para os bancos e administradoras financeiras, mas de formas diferentes. No financiamento, os bancos obtêm receita por meio dos juros cobrados nas parcelas, que podem dobrar ou até triplicar o valor do bem ao longo dos anos.

No consórcio, o lucro vem das taxas de administração, que variam conforme o contrato e podem alcançar até 25% do valor da carta de crédito. Além disso, algumas empresas aplicam reajustes anuais, aumentando o valor das parcelas e impactando o planejamento financeiro dos participantes.

Outra estratégia das instituições financeiras é oferecer benefícios atrelados às modalidades, como seguros e tarifas adicionais, elevando ainda mais o custo final da compra.

Por isso, é essencial que o consumidor leia atentamente os contratos e faça simulações para entender o valor total que será pago antes de tomar uma decisão.

Qual opção escolher? Fatores que devem ser avaliados antes da decisão

A escolha entre consórcio e financiamento depende do perfil financeiro e da urgência na aquisição do bem. Quem precisa do imóvel ou do carro de imediato pode optar pelo financiamento, desde que tenha recursos para a entrada e esteja ciente do valor total pago ao longo dos anos.

Já aqueles que podem esperar pela contemplação e desejam evitar juros altos podem considerar o consórcio como uma alternativa viável. No entanto, é fundamental verificar a reputação da administradora, compreender as regras do contrato e avaliar a taxa de administração cobrada.

Independentemente da escolha, é recomendável fazer simulações, comparar custos e analisar o impacto financeiro a longo prazo. Tanto o financiamento quanto o consórcio têm vantagens e desvantagens, e a melhor opção será aquela que se encaixar no orçamento e nas necessidades do consumidor.