Consignado do INSS tem novo teto de juros definido pelo governo nesta semana
Consignado do INSS passa por nova mudança no teto de juros. A taxa aumentou após alta da Selic e decisões do Conselho da Previdência.
O consignado do INSS passou por nova mudança nesta terça-feira, 25 de março. O Conselho Nacional de Previdência Social decidiu aumentar o teto de juros para aposentados e pensionistas. A taxa máxima, que antes era de 1,80% ao mês, agora passa a ser de 1,85% mensais nas operações com desconto em folha.
Essa foi a segunda elevação da taxa somente em 2025. Em janeiro, o governo já havia subido o limite, que estava em 1,66% ao mês. A nova decisão ocorre após o aumento da taxa básica de juros (Selic), definida pelo Banco Central na semana passada.
A medida vale para todos os empréstimos consignados feitos por beneficiários do INSS, com parcelas descontadas diretamente no pagamento mensal. Já os juros do cartão consignado continuam fixados em 2,46% ao mês, sem alteração neste momento.

Como funciona o empréstimo consignado do INSS?
O empréstimo consignado tem juros mais baixos que outras formas de crédito. Nesse tipo de contrato, o valor das parcelas é descontado direto do benefício pago pela Previdência. Isso quer dizer que o desconto ocorre antes mesmo do dinheiro cair na conta.
Para fazer esse tipo de empréstimo, a pessoa precisa ter margem consignável. Esse é o valor máximo da renda mensal que pode ser comprometido com o pagamento das parcelas. A margem existe para evitar que o trabalhador ou aposentado fique com dívidas maiores do que consegue pagar.
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Qual é o valor permitido no empréstimo consignado do INSS?
Para quem recebe aposentadoria ou pensão do INSS, a margem consignável é de 45%. Desse total, 35% são usados em empréstimos, 5% no cartão de crédito consignado e 5% no cartão de benefício. O pagamento pode ser feito em até 84 parcelas. Mesmo assim, cada banco pode cobrar uma taxa diferente, desde que fique abaixo desse limite.
Quem pode pedir um empréstimo consignado do INSS?
Podem contratar um empréstimo consignado do INSS:
- Servidores públicos aposentados
- Aposentados do setor privado
- Pensionistas
- Pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), como idosos com mais de 67 anos ou pessoas com deficiência sem renda própria
Como contratar o empréstimo consignado do INSS?
O pedido pode ser feito diretamente pelo aplicativo Meu INSS. O processo funciona assim:
- A pessoa faz uma simulação e permite que o Dataprev compartilhe seus dados com o banco
- Em seguida, acessa o aplicativo para desbloquear a margem consignável
- Depois, é só conferir as informações do contrato e concluir o pedido
Após a aprovação, o valor é transferido para a conta da pessoa, no banco escolhido.
O que é o Dataprev?
O Dataprev é uma empresa pública que cuida dos dados sociais dos brasileiros. Ela desenvolve sistemas que fazem os programas da Previdência funcionarem. Entre suas funções estão: analisar os dados para liberar benefícios como aposentadoria, pensão e seguro-desemprego.
O Dataprev também é responsável por repassar os valores aos beneficiários. Além disso, organiza os dados da Receita Federal e mantém os sistemas usados no atendimento ao público.
Como consultar o empréstimo no extrato do INSS?
O extrato do benefício pode ser consultado no site do INSS: https://www.meu.inss.gov.br/. Ele mostra os valores pagos, a data do depósito, o nome do banco e se há algum empréstimo ativo. Para consultar, basta acessar a aba de “Serviços” e clicar em “Extrato de pagamento de benefícios”.
Como cancelar o empréstimo consignado do INSS?
Quem se arrepender da contratação pode desistir do empréstimo em até 7 dias corridos. Para isso, é necessário entrar em contato com o banco que fez a liberação do crédito. Depois do cancelamento, o contrato precisa ser desfeito no sistema. A margem de crédito que estava bloqueada será liberada.
Essa regra vale para empréstimos contratados em agências, caixas eletrônicos, pela internet ou por telefone. Só o titular do benefício pode pedir o cancelamento. Após cancelar, é preciso devolver o valor recebido ao banco. A regra não vale para refinanciamento ou portabilidade de crédito.
Conselho avalia proposta em meio à pressão do setor financeiro
Durante a reunião, representantes dos bancos pediram um limite maior, chegando a sugerir um teto de 1,99% ao mês. Eles argumentaram que os custos de operação subiram, tornando o crédito menos viável. Mesmo com a pressão, o conselho optou por manter o equilíbrio e aprovou 1,85%.
O Conselho Nacional de Previdência Social possui 12 integrantes. Participam do grupo representantes do governo, trabalhadores, aposentados e empregadores. Os bancos não têm direito a voto, mesmo estando presentes como observadores. O acordo saiu após negociações entre as partes envolvidas.
Apesar do novo aumento, o ministro da Previdência demonstrou preocupação com o impacto nas finanças dos segurados. Ele se posicionou contra a elevação dos juros, mas aceitou a proposta de 1,85% após o consenso no grupo. A ideia é manter o crédito acessível, mesmo com a alta da Selic.
Selic influencia diretamente no custo dos empréstimos
A Selic funciona como referência para os juros cobrados no país. Quando o Banco Central decide aumentar essa taxa, o custo para os bancos também sobe. Por isso, instituições repassam esses valores para os consumidores. Neste mês, a Selic chegou a 14,25% ao ano, o maior patamar dos últimos tempos.
Com essa elevação, os bancos alegam que não conseguem manter as mesmas condições para empréstimos consignados. Eles afirmam que a margem de lucro está mais baixa do que em 2023. A categoria dos aposentados representa uma das operações mais seguras para as instituições.
Entenda o que muda com o novo teto
Com o novo limite, os bancos podem aplicar juros de até 1,85% ao mês no consignado. Isso não significa que todas as instituições vão usar esse valor, mas ele passa a ser o máximo permitido. O beneficiário deve comparar as taxas antes de fechar o contrato para não pagar mais do que o necessário.
A taxa do cartão consignado segue sem alteração, o que pode influenciar na escolha do tipo de crédito. O cartão oferece uma margem menor e regras diferentes de parcelamento. Mesmo com os juros maiores, o consignado ainda tem taxas menores que outras modalidades disponíveis no mercado.
Reajustes já vinham ocorrendo desde o início do ano
Em janeiro, o Conselho já havia aprovado um aumento no limite de juros, que saiu de 1,66% para 1,80% ao mês. Agora, com a segunda alta, o teto chega a 1,85%. Esse movimento acompanha a pressão do mercado financeiro e a política do Banco Central.
Para os aposentados e pensionistas, é importante acompanhar essas mudanças com atenção. Qualquer nova contratação deve levar em conta o valor da parcela, o prazo de pagamento e o custo total da operação. O ideal é fazer simulações e conversar com diferentes instituições antes de fechar o contrato.