O trabalho remoto trouxe um novo jeito de encarar a rotina profissional. Ao permitir que os colaboradores realizem suas tarefas de casa, é necessário construir uma relação de confiança entre empregado e empregador. Mas, mesmo no aconchego do lar, a expectativa é que a produtividade mantenha-se no mesmo nível de um escritório.
Para garantir essa eficiência, muitas empresas adotam ferramentas de monitoramento durante o home office. Um exemplo recente foi o caso do banco Itaú, que demitiu uma quantidade significativa de funcionários devido a “problemas de produtividade”, fundamentando-se no monitoramento das atividades, como quantos cliques eram feitos.
A situação levantou debates sobre ética e privacidade. Embora muitos achem que essa prática é uma violação, especialistas em direito afirmam que, tecnicamente, não é ilegal. Isso porque as empresas podem monitorar, desde que sigam normas específicas e deixem claro que esse acompanhamento existe. É fundamental que os empregados saibam quais são as regras e limitações desse monitoramento.
Além disso, é bom lembrar que a legislação brasileira protege a dignidade e a privacidade do trabalhador. Por exemplo, acessar mensagens pessoais sem autorização é considerado uma violação grave desses direitos.
Abusos no trabalho remoto: como proceder?
Se você descobrir que sua empresa realmente monitora suas atividades, e isso está claro no seu contrato de trabalho e nas normas internas, o ideal é usar os aparelhos da empresa para fins profissionais apenas.
No entanto, caso o monitoramento se torne excessivo ou invada sua privacidade, aqui vão algumas dicas práticas para lidar com a situação:
- Recursos Humanos: comece conversando com o departamento de RH. Tente esclarecer suas preocupações e buscar uma solução amigável para o problema;
- Auxílio jurídico: se a situação não mudar e as tentativas de diálogo não surtirem efeito, é hora de procurar um advogado. Eles poderão te ajudar a avaliar se vale a pena entrar com uma ação por danos morais ou materiais.