As compras SEM JUROS vão ACABAR? Entenda a declaração do presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto alega que o parcelamento excessivo sem juros acaba prejudicando o mercado financeiro e os próprios consumidores.

As transações financeiras, formas de pagamento, moedas e serviços bancários estão passando por várias transformações, a maioria delas é por causa da evolução tecnológica. O Banco Central já anunciou mudanças no pix, a criação de uma moeda digital, superaplicativos e agora existe a possibilidade das compras sem juros chegarem ao fim.

A declaração foi feita de maneira despretensiosa pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, durante uma audiência que aconteceu no Senado na última quinta-feira (10). A fala repercutiu no mercado financeiro e entre os consumidores, que buscam maiores esclarecimentos para entender a questão.

As associações do setor, inclusive, já se pronunciaram sobre o assunto. Para entender o que é realmente verdade e o que não passa de mentira sobre as compras parceladas, vamos conferir como funciona este tipo de compra, saber se as medidas já estão em vigor e a diferença que existe com relação ao crédito rotativo.

As compras SEM JUROS vão ACABAR? Entenda a declaração do presidente do Banco Central
Ainda não há proposta ou definição sobre o fim do parcelamento sem juros, o Banco Central estudo as possibilidades. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatec.pro.br

É o fim definitivo das compras sem juros?

As compras parceladas sem juros no cartão de crédito são uma das principais ofertas das lojas varejistas para os consumidores. Se por um lado o cliente fica satisfeito com a forma de pagamento, por outro o Banco Central demonstra incômodo com a situação. O descontentamento foi expressado pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Ele disse que o Banco Central está estudando a possibilidade de criar uma tarifa com o intuito de reduzir as compras em excesso que são realizadas no crédito e divididas em uma grande quantidade de parcelas. A justificativa é que o consumidor está exposto ao risco de perder o controle da finanças, não conseguindo pagar a fatura e ficando endividado.

Atualmente, é permitido o parcelamento das compras do cartão de crédito em até 13 vezes sem juros. As declarações são recentes e ainda não foram formalizadas por Campos Neto. O presidente da instituição ainda mencionou que nas próximas semanas será apresentada uma proposta para o cartão de crédito rotativo.

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Diferenças entre compra parcelada e crédito rotativo

Hoje em dia, uma compra parcelada sem juros pode ser feita a depender das regras de cada loja, a prática acaba afetando diretamente o limite do cartão. Isto significa que um produto de R$ 600 que é dividido em 12 vezes fica com o valor de R$ 50, enquanto que neste mesmo caso um limite de R$ 4 mil vai para R$ 3,4 mil após a compra ser realizada.

O limite é reestabelecido aos poucos, de acordo com o pagamento das faturas. O cartão de crédito rotativo é diferente, envolve a situação de quando o cliente não paga o valor total da fatura. O restante que não foi pago entra no rotativo, isto significa que se a fatura totalizar R$ 5 mil e a pessoa pagar somente R$ 4 mil, o R$ 1 mil restante terá a aplicação de juros.

Esta é uma situação que deve ser evitada a todo custo, pois os juros do cartão de crédito rotativo são os mais altos do mercado financeiro. Em junho, a estimativa era que o rotativo estava em 440%, o que significa em torno de 15% de juros ao mês.

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