Compostagem doméstica: como fazer uma em casa
Compostagem doméstica pode ser mais fácil do que você imagina. Descubra como montar a sua, o que usar e como transformar lixo em adubo com segurança.
Grande parte do lixo gerado diariamente nas casas brasileiras vem da cozinha. Restos de alimentos, cascas de frutas e legumes, folhas e outros materiais orgânicos normalmente vão direto para o lixo comum. No entanto, quando reaproveitados da forma certa, eles podem ser a base para um adubo poderoso e natural, feito dentro de casa.
Esse processo possui o nome de compostagem doméstica, e tem conquistado cada vez mais espaço entre quem deseja produzir menos lixo, reduzir odores e, principalmente, cuidar melhor do meio ambiente. Ainda que muitas pessoas pensem que compostar é difícil ou exige muito espaço, a verdade é que com um pouco de organização e conhecimento, é possível montar uma composteira até mesmo em um apartamento.
Além de contribuir com a redução dos resíduos enviados aos aterros, a compostagem em casa ensina responsabilidade ambiental e incentiva hábitos sustentáveis. Por isso, a prática vem sendo incentivada por órgãos públicos e por famílias que desejam gerar menos impacto negativo ao planeta.
Neste guia, você vai entender melhor como funciona esse processo, por que vale a pena adotá-lo e o que pode ou não ser incluído na composteira. Acompanhe as dicas e comece hoje mesmo a mudar a forma como você lida com o lixo orgânico.

Compostagem doméstica: o que você precisa saber
O que é compostagem doméstica?
Compostagem doméstica é o processo de transformar resíduos orgânicos gerados na cozinha em adubo natural, dentro da própria casa. Esse processo ocorre por meio da ação de micro-organismos e minhocas, que decompõem os restos de alimentos, transformando-os em um material fértil e rico em nutrientes.
Embora o nome pareça técnico, essa prática é simples e pode ser adaptada a diferentes espaços e rotinas. Muitas famílias utilizam composteiras feitas com baldes empilhados, o que facilita o manejo e mantém o ambiente limpo.
Além disso, a compostagem doméstica é uma forma prática de contribuir com o meio ambiente. Quando o lixo orgânico é descartado no lixo comum, ele se mistura com materiais não recicláveis e acaba produzindo chorume e gases nocivos. Já na composteira, reaproveita-se todo esse resíduo.
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Como funciona a compostagem doméstica?
O funcionamento da compostagem acontece por meio da decomposição controlada de resíduos. Dentro da composteira, o processo depende da ação de bactérias e minhocas que, em ambiente arejado e úmido, fazem o trabalho de decompor os materiais.
As composteiras costumam ser divididas em três compartimentos. O primeiro recebe o lixo orgânico misturado com folhas secas e papelão. O segundo abriga o húmus em formação, e o terceiro armazena o líquido que escorre — conhecido como chorume, um fertilizante líquido utilizado nas plantas.
Para que o processo funcione corretamente, é importante equilibrar materiais ricos em nitrogênio, como restos de alimentos, com os que têm mais carbono, como folhas e galhos. Essa proporção adequada evita odores fortes e garante uma decomposição eficiente.
Por que fazer compostagem em casa?
Fazer compostagem doméstica traz uma série de benefícios tanto para quem pratica quanto para o meio ambiente. Primeiramente, ela reduz consideravelmente a quantidade de lixo enviado aos aterros sanitários. Isso contribui para a diminuição da poluição e dos gases que aceleram o aquecimento global.
Além disso, o adubo produzido é rico em nutrientes e pode ser usado em hortas, vasos de plantas e jardins. Isso significa que você pode cuidar das suas plantas de forma natural, sem precisar comprar fertilizantes químicos que, muitas vezes, contaminam o solo.
Outro ponto relevante é que a compostagem promove mais consciência ambiental dentro de casa. Ao separar o lixo e acompanhar o processo de transformação dos resíduos, as pessoas passam a refletir sobre consumo, desperdício e a importância de cuidar do planeta.
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Como fazer compostagem em casa?

Começar a compostagem doméstica é mais simples do que parece. Você pode usar três baldes plásticos com tampa, empilhados um sobre o outro. Os dois primeiros devem ter furos nas laterais e no fundo para permitir a passagem de ar e a movimentação das minhocas. O terceiro, na base, coleta o chorume.
No balde superior ficam os resíduos orgânicos misturados com matéria seca. À medida que esse balde enche, ele troca de lugar com o balde do meio, que continua o processo de compostagem. O balde inferior permanece fixo, armazenando o líquido que será extraído por meio de uma torneirinha.
As minhocas utilizadas são da espécie californiana, conhecidas pela rapidez com que decompõem o material. Elas se deslocam entre os baldes e ajudam a transformar os resíduos em um composto uniforme, escuro e sem cheiro — sinal de que está pronto para o uso.
O que colocar na compostagem doméstica?
Na compostagem doméstica, usa-se restos de frutas, cascas de legumes, verduras, borra de café com filtro, casca de ovo, folhas secas, papel sem tinta, papelão picado, flores murchas e até restos de pão umedecido. Esses materiais são ricos em nutrientes e se decompõem com facilidade.
Também é possível incluir saquinhos de chá, grama cortada e talos de vegetais. Contudo, é importante equilibrar a quantidade de resíduos úmidos e secos. Assim, a umidade se mantém estável e o ambiente interno não gera mau cheiro nem atrai insetos.
A proporção ideal costuma ser três partes de material seco para uma de material úmido. Esse equilíbrio permite que o processo ocorra de forma eficiente e sem complicações, mantendo a composteira ativa e produtiva.
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O que não devo colocar na compostagem?
Existem alguns resíduos que não devem ser colocados na compostagem doméstica, pois podem atrapalhar o processo ou gerar odores indesejáveis. Entre eles, estão restos de carne, ossos, queijos, fezes de animais, papel higiênico e alimentos com excesso de sal ou gordura.
Também é importante evitar cascas de frutas cítricas em excesso, pois podem acidificar o ambiente da composteira. Alho e cebola, por exemplo, possuem propriedades que afastam as minhocas, prejudicando a decomposição.
Folhas de jornal com tinta colorida ou qualquer material com produto químico não devem ir para dentro da composteira. Ao manter atenção com o que vai para dentro da caixa, você garante um processo limpo, eficiente e livre de problemas.
Quais são as vantagens da compostagem doméstica?
Entre as principais vantagens da compostagem doméstica está a produção de adubo natural de alta qualidade. O composto resultante da decomposição ajuda a enriquecer o solo, melhorar a saúde das plantas e reduzir a necessidade de fertilizantes industriais.
Além disso, a prática ajuda a reduzir a produção de lixo e evita a liberação de gases poluentes, como o metano. Isso significa menos impacto ambiental e mais qualidade de vida para as próximas gerações. Outro benefício é a economia: você reaproveita resíduos e evita gastos com adubos prontos.
Por fim, fazer compostagem em casa fortalece o contato com a natureza e incentiva um estilo de vida mais sustentável. Ao entender o ciclo dos alimentos, passamos a valorizar mais o que consumimos e a maneira como descartamos o que sobra.
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