Como investir em Tesouro Direto: o jeito mais seguro de aplicar seu dinheiro

O Tesouro Direto se consolidou no Brasil como uma das portas de entrada mais seguras e acessíveis para o mundo dos investimentos. A plataforma, que permite a qualquer cidadão adquirir títulos públicos federais pela internet, desmistificou a ideia de que investir é uma atividade complexa e restrita a grandes fortunas.

A iniciativa funciona como uma alternativa à tradicional caderneta de poupança, oferecendo rentabilidades mais atrativas e a mesma facilidade de aplicação. Por meio do programa, o investidor empresta dinheiro para o Governo Federal e, em troca, recebe uma remuneração na forma de juros.

A segurança é o principal atrativo dessa modalidade de investimento, pois os títulos são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, o que os torna os ativos de menor risco do mercado financeiro brasileiro. Essa característica os posiciona como a base para a construção de uma carteira de investimentos sólida.

Compreender o que é o programa, os diferentes tipos de títulos disponíveis e o passo a passo para começar a investir é fundamental.

O que é o Tesouro Direto e por que ele é considerado seguro

O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3, a bolsa de valores do Brasil (b3.com.br). Sua finalidade é permitir que pessoas físicas possam comprar e vender títulos da dívida pública federal de forma simples e online, por meio de um banco ou de uma corretora de valores.

Na prática, ao investir em um título do Tesouro Direto, o cidadão está emprestando dinheiro para o Governo Federal. Esses recursos são utilizados para financiar as atividades do Estado, como investimentos em saúde, educação e infraestrutura, além de auxiliar na gestão da dívida pública.

A segurança do Tesouro Direto é considerada a mais alta do país porque o devedor é o próprio Governo Federal. Ele é o emissor da moeda e possui a garantia soberana, o que significa que o risco de não pagamento (calote) da dívida interna é praticamente nulo. Por essa razão, os títulos públicos são a referência de investimento livre de risco no Brasil.

Leia também: Feriados de agosto e até o final do ano: confira a previsão

Como a garantia do Tesouro Nacional protege seu investimento

A garantia que protege os investimentos no Tesouro Direto é a do próprio Tesouro Nacional, o que a posiciona em um patamar de segurança superior ao de outras aplicações de renda fixa. A solidez dessa garantia é um dos pilares da confiança no programa.

Para efeito de comparação, investimentos em produtos bancários, como a poupança e os CDBs, são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). No entanto, a cobertura do FGC é limitada a R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. No Tesouro Direto, não existe esse limite; 100% do valor investido é garantido pelo governo.

Essa garantia soberana faz com que os títulos públicos sejam a base de referência para todo o sistema financeiro. Eles são utilizados como o principal ativo de proteção em carteiras de investimentos diversificadas, desde as mais conservadoras até as mais arrojadas.

Passo a passo: como começar a investir em Tesouro Direto

O processo para começar a investir no Tesouro Direto é simples e acessível. O primeiro passo é possuir um CPF e uma conta bancária. Em seguida, é necessário abrir uma conta em uma instituição financeira habilitada a operar com o programa, que pode ser um banco ou uma corretora de valores.

Com a conta aberta na corretora, o próximo passo é transferir o dinheiro que se deseja investir da sua conta bancária para a conta da instituição. Esse processo é geralmente feito por meio de TED ou Pix e não tem custos na maioria das corretoras.

Dentro da plataforma online da corretora ou do banco, o investidor encontrará a seção de investimentos e, nela, a opção “Tesouro Direto”. Basta então escolher o título desejado, informar o valor da aplicação (que pode começar com pouco mais de R$ 30) e confirmar a ordem de compra.

Leia também: Sete hábitos eficazes para reduzir a gordura abdominal

Os diferentes tipos de títulos do Tesouro Direto e suas características

O Tesouro Direto oferece diferentes tipos de títulos, cada um com uma forma de remuneração distinta, para atender a diferentes perfis e objetivos de investidores. Os três tipos principais são o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+.

Tesouro Selic

Este é um título pós-fixado, cuja rentabilidade acompanha a variação da taxa básica de juros da economia, a Taxa Selic. Por ter uma volatilidade muito baixa, seu preço quase não oscila, o que o torna a opção mais segura para quem pode precisar resgatar o dinheiro antes do vencimento. É o título mais indicado para a reserva de emergência.

Tesouro Prefixado

No Tesouro Prefixado, a taxa de juros é definida no momento da compra. Isso significa que o investidor sabe exatamente qual será a rentabilidade de seu investimento se o mantiver até a data de vencimento. É uma boa opção para quem acredita que as taxas de juros irão cair no futuro.

Tesouro IPCA+

Este é um título híbrido, que paga uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação, medida pelo índice IPCA. Sua principal vantagem é a proteção do poder de compra do dinheiro, pois garante uma rentabilidade real (acima da inflação). É o título mais recomendado para objetivos de longo prazo, como a aposentadoria.

Como investir em Tesouro Direto o jeito mais seguro de aplicar seu dinheiro (2)
O investimento é feito por meio de uma corretora de valores, onde o investidor pode escolher entre os diferentes tipos de títulos, como o Tesouro Selic, Prefixado ou IPCA+ – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Escolhendo o título ideal: qual Tesouro Direto combina com seu objetivo

A escolha do título mais adequado depende diretamente dos objetivos financeiros e do prazo de investimento de cada pessoa. Não existe um “melhor” título em termos absolutos, mas sim o mais apropriado para cada necessidade.

Para objetivos de curto prazo ou para a construção de uma reserva de emergência, o Tesouro Selic é a escolha mais prudente. Sua liquidez diária e a baixa volatilidade garantem que o investidor não perca dinheiro caso precise resgatar os recursos antes do prazo.

Para objetivos de médio prazo, nos quais o investidor já sabe quando precisará do dinheiro, o Tesouro Prefixado pode ser interessante. Para objetivos de longuíssimo prazo, como o planejamento da aposentadoria ou a educação dos filhos, o Tesouro IPCA+ é o mais indicado, pois protege o investimento da corrosão da inflação ao longo de décadas.

Onde e como comprar títulos do Tesouro Direto com segurança

A compra e a venda de títulos do Tesouro Direto são sempre realizadas por meio de uma instituição financeira habilitada, que atua como agente de custódia. O investidor não compra os títulos diretamente do Tesouro Nacional.

Essas instituições podem ser os grandes bancos comerciais ou as corretoras de valores independentes. Para garantir a segurança, é fundamental escolher uma instituição que seja devidamente autorizada pela B3 e pelo Banco Central (bcb.gov.br) para operar no programa.

A maioria das corretoras hoje em dia oferece taxa zero de administração para o Tesouro Direto, tornando o investimento ainda mais acessível. A compra é feita de forma segura dentro do ambiente online da instituição, que se conecta diretamente com o sistema do Tesouro Nacional para efetivar a operação.

Os principais riscos de investir em Tesouro Direto e como minimizá-los

Embora seja o investimento mais seguro do país em termos de risco de crédito (calote), o Tesouro Direto apresenta outro tipo de risco: o risco de mercado, que se manifesta por meio da “marcação a mercado”.

A marcação a mercado é a atualização diária do preço dos títulos, que oscilam de acordo com as expectativas do mercado para as taxas de juros futuras. Essa oscilação afeta principalmente os títulos Prefixados e os IPCA+. Se as taxas de juros sobem, o preço desses títulos cai, e vice-versa.

Se o investidor vender um desses títulos antes da data de vencimento, ele receberá o valor de mercado do dia, que pode ser menor do que o valor que ele investiu, gerando prejuízo. A forma de minimizar esse risco é simples: manter o título até a data de vencimento, pois, nesse caso, a rentabilidade contratada no momento da compra é garantida. O Tesouro Selic não sofre com esse risco de forma significativa.

Leia também: Frente fria traz chuva para Curitiba esta semana

Tesouro Direto versus poupança: por que ele é mais vantajoso

A comparação entre o Tesouro Direto e a caderneta de poupança é muito comum, e em praticamente todos os cenários, os títulos públicos se mostram mais vantajosos. A principal diferença está na rentabilidade.

Historicamente, mesmo após o desconto do Imposto de Renda e da taxa de custódia, a rentabilidade de qualquer título do Tesouro Direto tem sido superior à da poupança. A forma de cálculo da poupança, atrelada a uma parcela da Selic e à TR, a torna menos competitiva.

Em termos de segurança, ambos são considerados muito seguros, mas a garantia do Tesouro Nacional sobre os títulos públicos é, tecnicamente, a garantia máxima do país. Além disso, o Tesouro Direto oferece uma variedade de opções que permitem ao investidor adequar a aplicação a seus objetivos, algo que a poupança, como produto único, não permite.