Como investir em fundo imobiliário: guia completo para iniciantes
O investimento em imóveis faz parte do imaginário de muitos brasileiros como um caminho para a construção de patrimônio e a geração de renda. No entanto, a compra de uma propriedade física envolve altos custos de entrada, burocracia e responsabilidades com a manutenção, o que a torna inviável para grande parte da população.
Nesse cenário, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) surgem como uma alternativa moderna e acessível para quem deseja aplicar no setor. Eles permitem que qualquer pessoa invista em grandes empreendimentos, como shoppings, edifícios corporativos e galpões logísticos, com um capital inicial baixo.
Por meio da compra de cotas na bolsa de valores, o investidor se torna dono de uma pequena fração de um portfólio de imóveis ou de títulos de crédito imobiliário. Essa modalidade oferece a possibilidade de receber rendimentos mensais, semelhantes a aluguéis, com a vantagem da isenção de Imposto de Renda.
Compreender o funcionamento dos FIIs, os diferentes tipos disponíveis e os passos para começar a investir é fundamental para quem busca diversificar sua carteira.
Índice – Como investir em fundo imobiliário
- O que é um fundo imobiliário (FII) e como ele funciona
- Por que investir em fundos imobiliários: vantagens e desvantagens
- Tipos de fundos imobiliários: escolha o ideal para seu perfil
- Como começar a investir em FIIs: passo a passo para iniciantes
- Escolhendo os melhores fundos imobiliários: o que analisar antes de investir
- Entendendo os rendimentos e a tributação dos fundos imobiliários
- Riscos ao investir em FIIs e como minimizá-los
O que é um fundo imobiliário (FII) e como ele funciona
Um fundo imobiliário, ou FII, é um veículo de investimento coletivo que reúne recursos de diversos investidores para serem aplicados em ativos do mercado imobiliário. O fundo funciona como um “condomínio” de investidores, e cada participante é dono de uma ou mais cotas, que representam uma fração do patrimônio total.
As decisões de investimento do fundo são tomadas por um gestor profissional, que é responsável por selecionar os ativos, administrar os imóveis, negociar com inquilinos e distribuir os rendimentos. Essa gestão profissionalizada é uma das grandes vantagens do FII, pois retira do investidor individual a responsabilidade de gerenciar as propriedades.
As cotas da maioria dos fundos imobiliários são negociadas na bolsa de valores brasileira, a B3 (b3.com.br). Isso significa que, para investir, é preciso abrir conta em uma corretora de valores. A negociação na bolsa confere liquidez ao investimento, permitindo que o cotista compre e venda suas participações de forma ágil.
Leia também: Bancos terão fechamento programado em 28/07
Por que investir em fundos imobiliários: vantagens e desvantagens
Os FIIs oferecem uma série de vantagens que os tornam atrativos, especialmente para o pequeno investidor. A acessibilidade é a principal delas. Com valores que frequentemente ficam abaixo de R$ 100 por cota, é possível começar a investir no mercado imobiliário com muito menos capital do que seria necessário para comprar um imóvel.
Outro grande benefício é a geração de renda passiva. Por lei, os FIIs são obrigados a distribuir, no mínimo, 95% de seus lucros semestrais aos cotistas. Na prática, a grande maioria dos fundos realiza essa distribuição mensalmente, na forma de dividendos, que são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.
No entanto, como todo investimento de renda variável, os FIIs também possuem desvantagens. O valor das cotas pode oscilar na bolsa de valores, de acordo com as condições do mercado e da economia. Além disso, existem riscos específicos, como a vacância (imóveis desocupados) e a inadimplência de inquilinos, que podem reduzir os rendimentos distribuídos.
Tipos de fundos imobiliários: escolha o ideal para seu perfil
Os fundos imobiliários são classificados de acordo com o tipo de ativo em que investem. A categoria mais conhecida é a dos “fundos de tijolo”. Esses FIIs investem diretamente em imóveis físicos, como lajes corporativas, shoppings centers, galpões logísticos, hospitais e agências bancárias. Sua principal fonte de receita é o aluguel pago pelos inquilinos.
Outra categoria importante é a dos “fundos de papel”. Esses fundos não investem em imóveis físicos, mas sim em títulos de crédito ligados ao setor imobiliário, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Eles funcionam como financiadores do mercado, e sua receita provém dos juros e da correção monetária desses títulos.
Existem também os “fundos de fundos” (FOFs), que são FIIs cuja carteira é composta por cotas de outros fundos imobiliários. Eles são uma forma de obter uma diversificação instantânea no setor, pois o gestor do FOF se encarrega de selecionar e administrar uma carteira com diversos outros FIIs de diferentes segmentos.
Leia também: Café deve ter queda de preço em 2025
Como começar a investir em FIIs: passo a passo para iniciantes
O primeiro passo para investir em fundos imobiliários é abrir uma conta em uma corretora de valores. A corretora é a instituição que fará a intermediação da compra e venda das cotas na bolsa de valores. O processo de abertura de conta é geralmente gratuito e feito de forma online.
Com a conta aberta, o próximo passo é transferir os recursos que você deseja investir do seu banco para a sua conta na corretora. Essa transferência é feita por meio de uma TED ou Pix de mesma titularidade.
Uma vez que os recursos estejam disponíveis na corretora, basta acessar a plataforma de negociação, conhecida como home broker. Nela, você irá procurar pelo código de negociação (ticker) do fundo imobiliário que deseja comprar, inserir a quantidade de cotas e o preço, e enviar a ordem de compra.

Escolhendo os melhores fundos imobiliários: o que analisar antes de investir
A escolha de um bom fundo imobiliário requer uma análise cuidadosa de alguns indicadores e características. O primeiro ponto a ser observado é a qualidade da gestão. É importante pesquisar sobre a reputação e a experiência da empresa gestora responsável pelo fundo.
A análise do portfólio de ativos também é fundamental. Em um fundo de tijolo, deve-se verificar a qualidade e a localização dos imóveis, o perfil dos inquilinos e a duração dos contratos de aluguel. Em um fundo de papel, a análise recai sobre a qualidade de crédito dos títulos que compõem a carteira.
Indicadores como o Dividend Yield (rendimento de dividendos) e o P/VP (preço sobre valor patrimonial) ajudam a avaliar a atratividade do fundo. Além disso, é importante observar a liquidez diária do FII na bolsa, para garantir que será fácil vender as cotas no futuro, se necessário.
Entendendo os rendimentos e a tributação dos fundos imobiliários
Os rendimentos dos FIIs são a principal atração para muitos investidores. Conhecidos como dividendos ou proventos, eles correspondem à distribuição dos lucros do fundo, como os aluguéis recebidos. Conforme a regra, 95% do resultado deve ser distribuído, e a maioria dos fundos faz isso mensalmente.
Uma das maiores vantagens tributárias dos FIIs é a isenção de Imposto de Renda sobre esses rendimentos para pessoas físicas. Para ter direito à isenção, o investidor deve possuir menos de 10% do total de cotas do fundo, e o fundo deve ter suas cotas negociadas exclusivamente na bolsa e possuir mais de 50 cotistas.
No entanto, é importante notar que essa isenção se aplica apenas aos rendimentos distribuídos. Se o investidor vender suas cotas na bolsa por um preço maior do que o que pagou, o lucro obtido nessa transação, chamado de ganho de capital, é tributado. A alíquota de Imposto de Renda sobre o ganho de capital em FIIs é de 20%.
Leia também: Como rastrear pedido da Shopee: desvende o status da sua encomenda
Riscos ao investir em FIIs e como minimizá-los
Como qualquer investimento em renda variável, os fundos imobiliários envolvem riscos. O principal deles é o risco de mercado, que se refere à oscilação no preço das cotas na bolsa de valores, influenciada por fatores macroeconômicos, como a taxa de juros e a inflação.
Existem também os riscos específicos de cada tipo de fundo. Nos fundos de tijolo, os maiores riscos são a vacância dos imóveis e a inadimplência dos inquilinos, que afetam diretamente a geração de receita. Nos fundos de papel, o risco é o de crédito, ou seja, a possibilidade de os devedores dos títulos não honrarem seus pagamentos.
A melhor estratégia para minimizar esses riscos é a diversificação. Em vez de concentrar todo o seu capital em um único fundo imobiliário, o ideal é distribuir o investimento entre diferentes FIIs, de diferentes segmentos (tijolo, papel, FOFs) e com diferentes estratégias. Dessa forma, um problema pontual em um dos fundos terá um efeito menor sobre o resultado geral da sua carteira.