China lança projeto polêmico que pode afetar o futuro da Terra
Com o objetivo de coletar dados para pesquisas científicas e identificar reservas inexploradas de petróleo e gás, a China está prestes a dar um passo ousado. O país planeja iniciar seu Programa de Perfuração Oceânica usando o avançado navio Meng Xiang. Essa iniciativa é inspirada no Projeto Mohole, que os Estados Unidos tentaram executar nos anos 1950, mas que foi interrompido devido a problemas financeiros e disputas políticas.
Apesar de contar com tecnologia de ponta, essa missão é considerada bastante arriscada. A área que será explorada traz desafios significativos para as leis geológicas e mineralógicas conhecidas.
O local alvo dessa exploração, chamado de "Moho", foi descoberto em 1909 pelo sismólogo croata Andrija Mohorovičić. Ele marca a transição entre a crosta terrestre e o manto, onde essas duas camadas interagem. A profundidade do Moho varia conforme o local da perfuração e, em áreas oceânicas, pode atingir temperaturas impressionantes, chegando a até 700 °C.
Controvérsias que cercam o projeto da China
Junto aos riscos visíveis da missão, o anúncio das atividades do navio Meng Xiang gerou controvérsias. Surgiram preocupações sobre os reais objetivos da expedição. Afinal, operações nas profundezas do oceano já foram usadas em casos de espionagem, e essa exploração marítima poderia também ajudar a China a reforçar suas reivindicações territoriais no Mar do Sul.
Há também suspeitas sobre a possibilidade de prospecção de energia em águas de outros países, visto que o Meng Xiang é um navio destinado à exploração de petróleo e gás. Apesar dessas inquietações, a China não se mostrou disposta a voltar atrás e parece decidida a iniciar a operação ainda este ano. Agora, resta observar se a missão será realmente focada em propósitos científicos ou se outros interesses acabarão se sobrepondo ao objetivo inicial.