China constrói maior barragem do mundo com riscos iminentes

A China começou a construir uma barragem hidrelétrica de grande escala no Tibete, e isso já tem gerado uma série de preocupações em países vizinhos e entre especialistas em meio ambiente. Esse projeto, batizado como Barragem de Motuo, tem como objetivo superar a maior barragem do mundo atualmente, a Barragem das Três Gargantas, com uma capacidade de geração que será três vezes maior. Isso destaca questões geopolíticas e ambientais em uma região tão sensível da Ásia.

Motivações do projeto

Esse empreendimento faz parte dos planos da China para ampliar sua capacidade de energia renovável e reduzir a dependência do carvão, uma iniciativa que envolve a meta ambiciosa de alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Localizada ao longo do rio Yarlung Tsangpo, que se transforma no rio Brahmaputra na Índia, a barragem promete mudar o cenário energético do país.

A expectativa é que essa megaobra produza cerca de 300 bilhões de quilowatts-hora por ano. No entanto, as preocupações são muitas, especialmente em relação ao impacto nas populações locais e na rica biodiversidade da área.

Preocupações com os estados vizinhos

Índia e Bangladesh estão entre os países que já levantaram a voz quanto aos possíveis efeitos dessa construção nas suas áreas. A mudança no fluxo do rio Yarlung Tsangpo/Brahmaputra pode afetar diretamente a agricultura e o fornecimento de água, que são vitais para milhões de pessoas. As autoridades indianas estão se movimentando para desenvolver estratégias que possam minimizar as consequências de uma alteração no fluxo das águas.

Impactos ambientais estruturais

As questões ambientais são significativas, especialmente quando se considera o potencial de danos aos ecossistemas que abrigam uma variedade impressionante de flora e fauna. Projetos anteriores na China, como a Barragem das Três Gargantas, resultaram em mudanças drásticas, incluindo o deslocamento de cerca de 1,3 milhão de pessoas. Há um medo palpável de que as mesmas consequências possam acontecer novamente.

Além disso, a área de construção está situada em uma região geologicamente ativa, devido à interação entre as placas tectônicas Indiana e Euroasiática, o que eleva os riscos de terremotos e deslizamentos de terra. Os críticos apontam que as promessas das autoridades chinesas sobre medidas de segurança não estão suficientemente claras, alimentando um certo ceticismo sobre a viabilidade do projeto enfrentando esses desafios naturais.