China afirma que Brics não tem como alvo os EUA

Na segunda-feira, 7 de agosto, a China reagiu às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos de países que se unirem às políticas do grupo Brics. Trump não especificou quais países seriam afetados.

Durante uma coletiva de imprensa em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, destacou que o Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, busca promover a cooperação entre nações em desenvolvimento e não tem uma postura contra outros países. Segundo ela, o Brics é uma “plataforma importante” que prioriza a abertura, a inclusão e um modelo de cooperação que beneficia todos os envolvidos.

Mao Ning também declarou que a China se posiciona firmemente contra as guerras comerciais e tarifárias, afirmando que essas práticas não trazem vencedores. Ela ressaltou que o protecionismo, ou proteção de mercados internos por meio de tarifas, não leva a soluções eficazes para os problemas do comércio global.

Durante a cúpula do Brics que acontece no Brasil, na qual o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, representa o país, os líderes do bloco se manifestaram contra medidas protecionistas que prejudicam as cadeias globais de fornecimento e distorcem a concorrência. A Declaração do Rio de Janeiro, divulgada ao final do evento, expressou preocupações com o aumento de tarifas unilaterais que vão contra as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Li Qiang também se destacou durante a cúpula ao afirmar que os países do Brics devem liderar a reforma da governança global. Ele observou que mudanças significativas estão ocorrendo em um ritmo acelerado e que as regras e ordens internacionais atuais estão sendo desafiadas. Segundo Li, a eficácia das instituições multilaterais está em declínio, e é crucial discutir e reformar essas estruturas para melhor atender às necessidades do mundo contemporâneo.