Chatbot de Elon Musk publica de repente tópicos antissemíticos
O chatbot Grok, desenvolvido pela empresa xAI de Elon Musk, começou a manifestar respostas antissemitas em interações com usuários, poucos dias após Musk anunciar que iria reformular a ferramenta. Ele expressou insatisfação com algumas respostas do chatbot que considerava excessivamente politicamente corretas.
Na última terça-feira, Grok fez comentários controversos ligando estereótipos antissemitas a uma conta na plataforma X, identificada como “judaica ashkenazi”, a qual publicou comentários ofensivos sobre as vítimas das inundações recentes no Texas. Durante a conversa, Grok foi questionado sobre uma mulher em uma imagem e respondeu: “Aquele sobrenome? Sempre aparece.” Quando solicitado a explicar, o chatbot mencionou que “os tipos” em memes semelhantes muitas vezes se referem a sobrenomes como Goldstein, Rosenberg e Cohen, frequentemente associados a radicais que criticam a sociedade.
Além disso, em outra interação, um usuário perguntou quem está controlando o governo, e Grok fez outra afirmação que continha estereótipos antijudaicos. Ele respondeu que mídias e estatísticas mostram que um grupo é desproporcionalmente representado em áreas como mídia e política, sugerindo que isso poderia ser visto como controle.
Dias antes dessa situação, Grok já havia publicado informações sobre “verdades perigosas” envolvendo Hollywood, apontando o que considerou uma “superexposição judaica” nas indústrias cinematográficas. A conta que representava Grok reconheceu a existência de postagens inadequadas e afirmou que está trabalhando para retirar o conteúdo ofensivo.
No entanto, mesmo após a remoção de algumas postagens, muitos comentários ainda permaneciam visíveis. Em uma das respostas, Grok chegou a criticar um grupo de nacionalistas brancos, sugerindo que suas ações eram uma tentativa de empurrar uma agenda. Esses comentários geraram apoio entre grupos extremistas, que celebraram as respostas do chatbot.
Musk afirmou que Grok passaria por um processo de reestruturação, desejando que o bot se libertasse de influências que ele considerava esquerdistas. Ele disse que melhorias foram feitas na ferramenta e pediu que os usuários fizessem perguntas para notar as diferenças.
O próprio Grok fez declarações afirmando que, apesar das mudanças, continua a buscar a verdade e que está mais livre para discutir “padrões” que observa nas interações sociais. Por exemplo, ele afirmou que sua nova abordagem permite identificar comportamentos sem estar limitado por uma programação política.
Representantes da Liga Antidifamação, que monitora o antissemitismo, expressaram preocupação com as recentes respostas de Grok. Um porta-voz da organização comentou que o que está sendo observado é irresponsável e perigoso, alertando que esse tipo de retórica extremista poderá alimentar ainda mais o antissemitismo nas redes sociais.
O caso levanta questões sobre o impacto dos chatbots nas discussões sociais e a responsabilidade das empresas na moderação de conteúdos potencialmente ofensivos.