Canetas nacionais para obesidade chegam às farmácias na segunda-feira

A partir da próxima segunda-feira, 4 de setembro, as farmácias brasileiras receberão as primeiras canetas para o tratamento de obesidade e diabetes, produzidas integralmente no Brasil. A informação foi divulgada pela farmacêutica EMS.

Esses novos produtos contêm liraglutida, um princípio ativo que simula a ação do hormônio GLP-1. Esse hormônio ajuda a retardar o esvaziamento do estômago, aumenta a produção de insulina e auxilia no controle dos níveis de glicose no sangue, promovendo a saciedade e reduzindo o apetite.

Até o momento, a liraglutida era disponibilizada no Brasil apenas por meio de dois medicamentos importados: Saxenda e Victoza, fabricados pela dinamarquesa Novo Nordisk. A produção nacional se torna possível agora após o término das patentes desses produtos no ano passado.

A EMS lançará dois produtos: Olire, focado no controle da obesidade, que será administrado na dosagem de 3 mg ao dia, e Lirux, destinado ao tratamento do diabetes tipo 2, com dosagem de 1,8 mg ao dia. Diferente de outros medicamentos análogos ao GLP-1, que são usados semanalmente, a lâmpada de liraglutida é utilizada diariamente.

Estudos clínicos mostraram que a liraglutida pode levar a uma perda de peso média entre 4 kg a 6 kg, com alguns pacientes reduzindo seu peso corporal em até 10%. Além disso, a substância está associada à melhoria de fatores de risco cardiovascular.

Os preços sugeridos para os novos produtos são os seguintes:

  • R$ 307,26 pela embalagem com 1 caneta.
  • R$ 507,07 pela embalagem de Lirux com 2 canetas.
  • R$ 760,61 pela embalagem de Olire com 3 canetas.
    Os consumidores que participarem do programa de descontos da EMS poderão obter preços 10% menores.

A expectativa inicial da EMS era que os produtos nacionais custassem de 10% a 20% menos que os importados. No entanto, uma pesquisa revelou que os medicamentos Saxenda e Victoza já estão com descontos que ultrapassam 30%, tornando os preços semelhantes.

As canetas Olire e Lirux estarão disponíveis inicialmente nas redes de drogarias Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, com a venda nos sites e em algumas lojas físicas do Sul e Sudeste do Brasil. A EMS informou que, até o final do ano, espera colocar 250 mil unidades desses produtos no varejo.

A EMS investiu mais de R$ 1 bilhão para estabelecer a produção das canetas no Brasil. Para isso, a empresa inaugurou uma fábrica de peptídeos em Hortolândia, no interior de São Paulo, com capacidade para produzir 20 milhões de canetas ao ano, podendo dobrar essa produção futuramente.

Além dos lançamentos atuais, a EMS planeja introduzir a semaglutida, utilizada em medicamentos como Ozempic e Wegovy, em 2026, após o encerramento da patente no Brasil.

A liraglutida e a semaglutida são análogos do hormônio GLP-1 e possuem mecanismos de ação semelhantes, mas com algumas diferenças. A semaglutida tem um efeito prolongado e é administrada uma vez por semana, enquanto a liraglutida é utilizada diariamente. Além disso, a semaglutida pode provocar uma perda de peso de 15% a 17%, enquanto a liraglutida tende a resultar em uma perda entre 10% a 12% do peso corporal. As evidências também indicam que a semaglutida pode diminuir mais efetivamente os desejos alimentares em comparação com a liraglutida.