Bolsa Família bloqueado por averiguação em 2025? Saiba o que fazer para recuperar o benefício

O Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do Brasil, passa por processos contínuos de verificação de dados para garantir que o benefício chegue a quem realmente atende aos critérios da lei. Esse procedimento, conhecido como averiguação cadastral, pode levar ao bloqueio temporário do pagamento para algumas famílias.

A notificação de benefício bloqueado, embora gere grande preocupação, não significa um cancelamento definitivo na maioria dos casos. Trata-se de uma medida preventiva, adotada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social sempre que o sistema identifica alguma inconsistência entre as informações declaradas pela família e os dados de outras bases do governo.

A principal causa para o bloqueio é a desatualização de informações no Cadastro Único (CadÚnico), como alterações na renda ou na composição familiar que não foram comunicadas. O governo realiza o cruzamento de dados para garantir a integridade do programa.

Compreender o motivo do bloqueio e saber quais passos seguir para a regularização do cadastro é fundamental para que a família possa reverter a situação.

O que é averiguação cadastral e por que seu Bolsa Família foi bloqueado

A averiguação cadastral é um processo de rotina e de fiscalização realizado pelo Governo Federal. Sua finalidade é a de verificar a exatidão das informações que as famílias declararam no Cadastro Único, que é a porta de entrada para o Bolsa Família e outros programas sociais.

O procedimento funciona por meio do cruzamento de dados. As informações do CadÚnico são comparadas com as de outras bases administrativas do governo, como os registros de emprego formal (eSocial), de benefícios do INSS e de renda declarada à Receita Federal.

Se, nesse cruzamento, o sistema identificar uma divergência, o benefício do Bolsa Família é bloqueado de forma preventiva. O bloqueio é, portanto, um alerta de que o governo encontrou uma inconsistência e de que a família precisa procurar a gestão municipal para esclarecer e atualizar suas informações.

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Os principais motivos do bloqueio: de renda incorreta a dados desatualizados

Existem diversos tipos de inconsistências que podem levar ao bloqueio do benefício por averiguação cadastral, mas a maioria está relacionada à renda e à composição da família.

Renda Familiar Incompatível

Este é o motivo mais comum. O sistema pode identificar que um membro da família possui um novo vínculo de emprego com carteira assinada, ou que a renda total declarada no CadÚnico é inferior à registrada em outras bases do governo. Se a nova renda per capita ultrapassar o limite do programa (R$ 218), o benefício é bloqueado para verificação.

Cadastro Desatualizado

A atualização do CadÚnico é uma obrigação das famílias e deve ser feita, no mínimo, a cada dois anos, ou sempre que houver uma mudança na situação familiar. A falta de atualização por um período superior a 24 meses leva ao bloqueio automático do benefício.

Inconsistências na Composição Familiar

O sistema também pode identificar problemas na composição da família, como a presença de uma pessoa que consta em mais de um cadastro familiar ao mesmo tempo, ou dados de identificação de um dos membros que não conferem com os registros da Receita Federal.

O primeiro passo: como verificar o motivo do bloqueio nos aplicativos oficiais

O Governo Federal tem a obrigação de informar à família o motivo específico pelo qual o seu benefício foi bloqueado. Essa informação é fundamental para que o Responsável Familiar saiba como proceder para a regularização.

O principal canal para essa consulta são os aplicativos oficiais do programa. No aplicativo do Bolsa Família e no aplicativo Caixa Tem, a família receberá uma mensagem de notificação na tela inicial ou no extrato de pagamentos, informando sobre o bloqueio e o que deve ser feito.

Além dos aplicativos, a consulta também pode ser feita por meio da central telefônica do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, no telefone 121, ou diretamente em uma unidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

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Documentos essenciais para fazer a regularização no CRAS

Para regularizar a situação que levou ao bloqueio do benefício, o Responsável Familiar deve se dirigir, de forma presencial, ao CRAS ou ao posto de atendimento do Cadastro Único de seu município.

É indispensável que ele leve os documentos de identificação originais de todas as pessoas que moram na casa. O principal documento é o CPF, que é obrigatório para todos os membros da família. Também devem ser apresentados documentos como o RG, a certidão de nascimento ou de casamento e um comprovante de residência.

Se o motivo do bloqueio foi uma inconsistência de renda, é fundamental levar os documentos que comprovem a situação atual de todos os membros que trabalham. Isso inclui a Carteira de Trabalho (CTPS) e os holerites (contracheques) mais recentes.

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Para regularizar a situação, o Responsável Familiar deve comparecer ao CRAS com os documentos de identificação de todos os membros da família e comprovantes que esclareçam a pendência – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

O passo a passo para regularizar seu cadastro e pedir o desbloqueio

O processo de regularização é feito inteiramente junto à gestão municipal do Cadastro Único, geralmente no CRAS.

1. Agendamento e Comparecimento ao CRAS

O primeiro passo é entrar em contato com o CRAS para verificar se é necessário um agendamento prévio para a atualização cadastral. No dia marcado, o Responsável Familiar deve comparecer com toda a documentação necessária.

2. Entrevista de Atualização

No CRAS, um entrevistador social irá realizar uma nova entrevista com o Responsável Familiar, atualizando todas as informações do cadastro: endereço, composição familiar, escolaridade, situação de trabalho e, principalmente, a renda de cada um dos membros da família.

3. Aguardar o Desbloqueio

Após a atualização do cadastro pelo município, as novas informações são enviadas para a base de dados do Governo Federal. O sistema irá, então, reavaliar a elegibilidade da família. Se, com os dados atualizados, a família continuar a atender às regras do programa, o benefício será desbloqueado automaticamente.

Após a averiguação: como funciona o pagamento retroativo do benefício

Uma das principais dúvidas das famílias que têm o benefício bloqueado é se elas irão receber os valores referentes aos meses em que o pagamento ficou suspenso.

Na grande maioria dos casos de bloqueio por averiguação cadastral, a resposta é sim. Se a família realizar a atualização do cadastro dentro do prazo estabelecido pelo governo e, após a nova análise, sua elegibilidade para o programa for confirmada, as parcelas que ficaram bloqueadas são pagas de forma retroativa.

O pagamento retroativo geralmente é realizado no mês seguinte ao do desbloqueio, creditado na mesma conta do Caixa Tem, juntamente com a parcela do mês corrente. O extrato do benefício irá detalhar os valores pagos.

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O que fazer se o seu benefício for cancelado após a averiguação

O bloqueio do benefício pode se transformar em um cancelamento em duas situações principais. A primeira é se a família não realizar a atualização cadastral no CRAS dentro do prazo definido pelo governo, que geralmente é de alguns meses.

A segunda situação ocorre quando, mesmo após a atualização, o sistema constata que a família não atende mais às regras do programa. O caso mais comum é o de a nova renda familiar por pessoa ser superior ao teto de R$ 218.

Se o benefício for cancelado, a família não tem direito a receber os valores retroativos. Caso a família acredite que o cancelamento foi um erro, ela pode retornar ao CRAS para verificar a situação. Se a renda da família voltar a se enquadrar nas regras do programa no futuro, será necessário passar por um novo processo de seleção.