Bancos podem recuperar veículos com uma parcela em atraso
Uma nova decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) está transformando a maneira como a recuperação de veículos financiados acontece no Brasil. Publicada em janeiro deste ano, a Resolução Contran nº 1.018/2025 traz mudanças significativas, permitindo que instituições financeiras retomem veículos de devedores sem precisar passar pelo processo judicial. Isso promete deixar tudo mais rápido e menos custoso.
### Como funciona a Resolução Contran nº 1.018/2025?
O processo começa quando alguém não consegue pagar o financiamento, uma situação que deve estar bem clara no contrato. Mesmo a falta de apenas uma parcela pode dar início a essa jornada. No entanto, na prática, os bancos costumam esperar de dois a três meses antes de agir. Quando isso acontece, a instituição avisa oficialmente o cliente, detalhando as informações do contrato e dando um prazo de 20 dias para quitar a dívida.
### Nova dinâmica de recuperação
Com essa nova resolução, cartórios e Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) precisam se adaptar para que a comunicação entre todos os envolvidos seja feita de forma eletrônica e eficiente. Essa mudança visa acabar com os entraves burocráticos que tanto complicam as coisas. A implementação das regras será feita de forma gradual, com prazos que podem variar de acordo com o estado e a adaptação dos Detrans.
Se o pagamento não acontecer dentro do prazo estipulado, a instituição financeira poderá transferir oficialmente a propriedade do veículo para seu nome. Isso possibilita a inserção de uma restrição no Renavam, o que dificulta a transferência do veículo e permite que a apreensão ocorra com apoio da polícia ou órgãos de trânsito.
### Efeitos para os compradores
Essa nova regulamentação traz uma preocupação a mais para os consumidores, que agora precisam ter ainda mais cuidado com suas finanças. A expectativa é que a cláusula de apreensão extrajudicial se torne uma prática comum nos contratos, o que exige atenção redobrada na hora de assinar qualquer acordo.
Por outro lado, essa revolução no processo pode resultar em taxas de juros mais amigáveis nos financiamentos. Com o risco para os credores diminuindo, há uma chance maior de que o mercado fique mais competitivo, puxando para baixo os preços.
No fim das contas, a resolução do Contran promete não só atualizar o setor automotivo, mas também alinhar as condições do mercado às necessidades de consumidores e credores, criando um ambiente de crédito mais acessível e seguro.