Armínio Fraga critica tarifaço no Brasil por questões políticas

Armínio Fraga critica tarifa imposta por Trump e destaca interferência política

O economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, expressou preocupações sobre o aumento de tarifas anunciado pelo governo dos Estados Unidos, considerándolo um ataque ao Brasil por motivos políticos. Fraga afirmou que essa interferência na democracia brasileira é inaceitável, ressaltando que, apesar de suas imperfeições, a democracia no Brasil continua a funcionar.

Ele apontou que, embora a tarifa de 50% possa trazer um certo alívio devido a uma lista de exceções, o impacto econômico total ainda é um grande desafio. Fraga acredita que o presidente Donald Trump não alcançará seus objetivos em relação ao Brasil. Ele sugeriu que o governo brasileiro deve negociar pacientemente, apesar das dificuldades impostas pelas demandas políticas de Trump.

Armínio Fraga classificou as propostas do governo dos EUA como "um retrocesso" para a integração global e a economia. Segundo ele, o mundo já enfrenta desafios devido à pandemia e a conflitos internacionais, e a imposição de tarifas apenas aumentará a complexidade da situação. Ele defendeu que o Brasil deveria aproveitar esse momento para reduzir barreiras comerciais e aumentar sua competitividade.

O economista enfatizou a necessidade de uma política externa mais alinhada ao Ocidente, em vez de se aproximar de regimes autoritários. Ele acredita que, com a crise, o Brasil pode se abrir comercialmente para melhorar sua produtividade e potencial crescimento econômico.

Sobre o tarifaço, Fraga disse que as consequências para a economia serão complexas, mas acredita que, se resultar em uma abertura comercial do Brasil, isso poderá beneficiar a economia, mesmo que atenda aos interesses de Trump. Ele também comentou que o país deve lidar com a atual situação financeira, que inclui juros elevados, com cautela.

Fraga concluiu que, embora a tarifa possa não ter um impacto significativo na inflação, as necessitará de estratégias para proteger setores mais vulneráveis da economia.