Anthropic compra livros para treinar IA e os destrói

Anthropic contrata especialista para digitalizar livros com foco em IA

A Anthropic, uma empresa de inteligência artificial, está em destaque por sua recente decisão de contratar um ex-executivo do Google Books, Tom Turvey, para um projeto ambicioso: obter "todos os livros do mundo." A iniciativa surge em um contexto de crescente debate sobre o uso de conteúdos de terceiros para o treinamento de inteligência artificial, especialmente no que diz respeito ao seu assistente de IA, Claude.

Recentemente, a Anthropic está enfrentando um processo legal que questiona a legalidade do uso de milhões de livros no treinamento do Claude. A empresa alega que adquiriu esses livros de forma adequada, mas documentos judiciais revelaram novos detalhes sobre como esses materiais foram utilizados.

O investimento da Anthropic na digitalização de livros impressos foi substancial. A empresa gastou milhões de dólares para digitalizar as obras, cortando suas encadernações e transformando-as em arquivos digitais. Após esse processo, os livros físicos foram descartados. Essa prática levantou questões sobre a ética e a legalidade na utilização de obras protegidas por direitos autorais.

A operação para digitalizar esses livros foi iniciada em fevereiro de 2024. O plano é usar o conteúdo digitalizado para melhorar o desempenho da IA, permitindo que Claude gere textos de forma mais precisa e fluida. A escolha de contratar um especialista como Turvey indica a seriedade da Anthropic em buscar um desenvolvimento ético e abrangente para seu sistema de inteligência artificial.

Essa situação não é única. O uso de textos, livros e até obras de arte por modelos de IA sem a devida autorização dos criadores tem gerado debates intensos sobre direitos autorais. O público se pergunta, afinal, de onde essas máquinas aprendem a escrever de maneira tão convincente e como isso impacta os autores que dedicam suas vidas a criar.

Enquanto isso, a discussão sobre os limites éticos da inteligência artificial continua. Com a crescente presença de modelos de geradores de texto em diferentes áreas da vida cotidiana, o papel da legislação e da ética na tecnologia deve ser reavaliado. A Anthropic, com sua nova contratação e estratégia de digitalização, promete ser um sujeito central nesse debate.