Análise da redação do Enem: o que os temas de inclusão e diversidade querem de você
Entenda o foco das últimas provas e se prepare de verdade para o próximo exame.
A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio, o famoso Enem, sempre gera muita expectativa e, claro, um frio na barriga. Não é para menos, afinal, ela tem um peso enorme na sua nota final e pode te colocar ou tirar da universidade.
O mais importante é entender o padrão que o exame segue. Nos últimos anos, percebemos que o foco se mantém em questões sociais e de inclusão.
A prova não quer apenas que você escreva bem, mas que mostre um repertório maduro sobre a sociedade brasileira. Ou seja, é preciso enxergar o mundo além da sua bolha.
Você notou que os assuntos recentes abordam grupos que historicamente foram ignorados? Isso inclui a população negra, pessoas com deficiência, povos tradicionais e a comunidade LGBTQIA+, por exemplo. O Enem usa a redação para dar voz a essas pautas e pedir uma solução para os problemas apresentados.
Os desafios da inclusão social no centro da discussão
Quando a gente olha para os temas que caíram nos últimos exames, fica bem claro o eixo central: violência, vulnerabilidade e a falta de políticas públicas eficazes. O Brasil vive uma disputa constante sobre quem tem seus direitos garantidos de fato.
De um lado, temos leis que prometem igualdade a todos. Do outro, muita gente continua invisível para o Estado e para a sociedade.
Ao mesmo tempo, assistimos a um crescimento preocupante do discurso de ódio, especialmente na internet. Isso mostra a urgência de debater e entender esses assuntos.
Por isso, quem estuda para o Enem deve focar em atualidades e em como o Brasil está tratando – ou deixando de tratar – essas questões.
A valorização da herança cultural e a luta por direitos
Um bom exemplo desse foco é o tema que explorou os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Isso não é só história.
A prova te convidou a discutir como a cultura, a identidade e a dignidade de milhões de brasileiros são afetadas pela falta de reconhecimento dessa herança.
O mesmo acontece quando o assunto é o capacitismo ou a neurodiversidade. A questão da acessibilidade, por exemplo, não se resume a rampas.
Ela envolve barreiras físicas e invisíveis que dificultam a plena inclusão de pessoas com deficiência em todos os espaços. É um tema que cresceu muito nos debates públicos e nas escolas, e o Enem capta essa onda.
Como se preparar para o próximo tema
Para você mandar bem, precisa ir além do “decorar” o assunto. Use a Constituição Federal de 1988, a nossa “Constituição Cidadã”, como um de seus argumentos principais.
Ela é a base jurídica que garante dignidade, liberdade e igualdade a todos. Mencionar leis específicas, como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também eleva a qualidade do seu texto.
Use filmes, livros ou séries que abordam esses temas como repertório sociocultural. Um bom exemplo de filme que trata da inclusão é “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”.
É importante mostrar que você consegue conectar a teoria com a vida real.
Outro ponto crucial é a proposta de intervenção. A solução que você apresenta para o problema precisa ser detalhada e realizável. Não basta dizer que o “Governo deve fazer”.
Você precisa indicar quem fará (o Agente), o que fará (a Ação), como fará (o Meio) e qual o objetivo disso (o Efeito).