Ajuste no bolso: o que é, como funciona e como calcular o reajuste salarial
Seu salário vai mudar? Entenda a diferença entre reajuste e aumento real e aprenda a calcular quanto seu poder de compra deve melhorar.
Seu salário é a base da sua vida financeira, e com o tempo, ele precisa de ajustes. Isso acontece porque os preços no mercado não ficam parados. Eles sobem, e a inflação vai corroendo o seu poder de compra.
É aí que entra o reajuste salarial. Ele não é um “aumento” no sentido de você ficar mais rico, mas sim uma correção monetária essencial. É como se fosse um tapa-buraco para garantir que o seu dinheiro de hoje compre o mesmo que ele comprava no ano passado.
Esse reajuste é uma obrigação legal e costuma ser negociado entre os sindicatos e as empresas, sempre em uma data específica chamada data-base. A CLT garante que esse processo ocorra anualmente.
Entender como o reajuste funciona é crucial para você planejar suas finanças e saber o que realmente está ganhando. Afinal, um salário nominal maior nem sempre significa um ganho real no bolso.
Informações inacreditáveis como estas, você encontra somente aqui. Sem esse reajuste, o trabalhador estaria perdendo dinheiro a cada mês que passa, por conta do aumento generalizado dos preços.
📈 Entenda a diferença entre reajuste e aumento real
Muita gente confunde, mas é fundamental separar as duas coisas: reajuste e aumento real.
O reajuste salarial tem o objetivo de repor as perdas causadas pela inflação. Ele usa índices econômicos oficiais, como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), para calcular o percentual de correção. Se a inflação foi de 5%, o reajuste ideal seria de 5%.
O aumento real, por sua vez, é o ganho que vem acima da inflação. Ele é um incremento de verdade no seu poder de compra. Por exemplo, se a inflação foi de 5% e o seu salário subiu 7%, os 2% a mais são o seu aumento real.
Este aumento real depende de negociações, da produtividade da empresa e do desempenho do setor. Ele não é obrigatório, mas é um sinal de que o seu salário está crescendo de fato.
Em muitos casos, as negociações salariais tentam garantir o reajuste da inflação mais um percentual extra de aumento real.
📆 Como funciona o reajuste na prática
O processo de reajuste está diretamente ligado à sua data-base. Essa data é o dia do ano em que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da sua categoria é negociada e renovada.
A data-base é o ponto de partida para o cálculo do novo salário, e ela varia conforme o sindicato. Por exemplo, a data-base dos bancários costuma ser em setembro, enquanto a dos metalúrgicos pode ser em novembro.
O sindicato do seu setor e os representantes das empresas (patronal) se reúnem para debater o percentual. Eles observam a inflação acumulada no último ano, as condições do mercado e a saúde financeira das companhias.
O percentual que resulta dessa negociação é o que será aplicado sobre o salário de todos os trabalhadores daquela categoria, sempre a partir da data-base estipulada.
Se a negociação atrasar e o acordo for fechado meses depois, o reajuste é pago de forma retroativa. Isso significa que a empresa deve pagar a diferença salarial referente aos meses de atraso em uma única folha.
🔢 Aprenda a calcular o seu reajuste salarial
Calcular o reajuste é mais simples do que parece. Você só precisa saber o seu salário atual e o percentual de reajuste definido pela sua categoria.
Digamos que o seu sindicato negociou um reajuste de 5,5% e o seu salário atual é de R$ 3.000,00.
O cálculo é feito assim:
- Transforme a porcentagem em número decimal: 5,5% dividido por 100 é igual a 0,055.
- Calcule o valor do reajuste: Multiplique o salário atual pelo número decimal: $R\$ 3.000,00 \times 0,055 = \mathbf{R\$ 165,00}$.
- Calcule o novo salário: Some o valor do reajuste ao salário atual: $R\$ 3.000,00 + R\$ 165,00 = \mathbf{R\$ 3.165,00}$.
Portanto, seu novo salário corrigido pela inflação será de R$ 3.165,00.
Se você quiser descobrir o percentual de aumento real, é só subtrair a taxa de inflação negociada do percentual de reajuste total. Por exemplo, reajuste de 5,5% menos inflação de 4,5% resulta em 1% de aumento real.