Afastamento do trabalho: principais causas e como evitar

O afastamento do trabalho é uma realidade enfrentada por milhões de trabalhadores em todo o mundo. No Brasil, o número de trabalhadores afastados por questões de saúde tem aumentado significativamente nos últimos anos. Em 2024, mais de 3,5 milhões de trabalhadores receberam benefícios por incapacidade temporária.

A legislação trabalhista brasileira prevê uma série de condições em que o trabalhador tem direito ao afastamento sem prejuízo de remuneração. No entanto, as causas para esses afastamentos são variadas e podem afetar tanto o bem-estar físico quanto psicológico dos colaboradores.

Entre os principais motivos que levam ao afastamento do trabalho estão doenças físicas, como problemas musculoesqueléticos, e condições psicológicas, como a ansiedade e a depressão. O aumento dos afastamentos por transtornos mentais tem sido um dos principais fatores de preocupação para os empregadores, pois esses transtornos não afetam apenas a saúde do colaborador, mas também sua produtividade e satisfação no ambiente de trabalho.

Neste contexto, é essencial que as empresas adotem medidas preventivas que garantam a saúde dos colaboradores e minimizem os impactos causados pelos afastamentos. Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde ocupacional e gestão de pessoas estejam preparados para lidar com as consequências dos afastamentos, promovendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

Afastamento do trabalho principais causas e como evitar
Os afastamentos do trabalho têm aumentado, com destaque para as doenças musculoesqueléticas e transtornos mentais – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

O que é o afastamento do trabalho?

O afastamento do trabalho é uma situação em que o trabalhador se ausenta temporariamente de suas funções devido a uma condição de saúde ou outro motivo previsto por lei. Isso pode ocorrer por diversas razões, desde doenças físicas até questões psicológicas que comprometem a capacidade do trabalhador de desempenhar suas funções adequadamente.

A legislação trabalhista garante que o trabalhador possa se afastar sem perda de remuneração, desde que apresente um atestado médico válido. Além disso, existem outras situações previstas pela CLT, como o acompanhamento médico de familiares, que também permitem o afastamento sem prejuízo salarial.

No entanto, o afastamento traz desafios tanto para o colaborador quanto para a empresa. Para o trabalhador, representa a possibilidade de tratamento e recuperação. Para a empresa, implica em custos com substituição temporária e possíveis impactos na produtividade.

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Quantos afastamentos do trabalho em 2024?

Em 2024, o Brasil registrou mais de 3,5 milhões de trabalhadores afastados por motivos de saúde, um número que representa um aumento considerável em comparação aos anos anteriores. Esse crescimento é resultado de uma série de fatores, incluindo o aumento das doenças musculoesqueléticas e transtornos mentais entre a população trabalhadora.

As estatísticas de 2024 mostram que as dores na coluna, as hérnias de disco e as fraturas nos membros inferiores são as condições mais prevalentes que levam os trabalhadores a se afastarem de suas funções. Além disso, os transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão, têm se destacado cada vez mais como causas significativas de afastamento, refletindo o aumento do estresse e da pressão no ambiente de trabalho.

Esses dados reforçam a importância de a saúde ocupacional ser uma prioridade nas empresas. É fundamental que as organizações busquem compreender as causas desses afastamentos e adotem políticas que visem a prevenção, garantindo a saúde dos trabalhadores e minimizando os impactos na produtividade e nos custos operacionais.

10 principais motivos para afastamento no trabalho

De acordo com as informações de 2024, os principais motivos para afastamento no trabalho são os seguintes:

  1. Dorsalgia (dor na coluna): 205.142 afastamentos. A dor na coluna é uma das principais razões para licenças médicas. Pode surgir devido a sobrecarga muscular, postura inadequada e esforço repetitivo.
  2. Hérnia de disco: 172.452 afastamentos. O deslocamento dos discos intervertebrais pode pressionar nervos da coluna, resultando em dor crônica e limitação de movimentos.
  3. Fraturas da perna: 147.665 afastamentos. Lesões ósseas nos membros inferiores costumam demandar imobilização e fisioterapia para recuperação total.
  4. Transtornos de ansiedade: 141.414 afastamentos. O excesso de estresse no ambiente de trabalho pode desencadear sintomas como preocupação excessiva e dificuldades de concentração.
  5. Episódios depressivos: 113.604 afastamentos. A depressão pode causar fadiga extrema, falta de motivação e alteração no ritmo de sono, dificultando a rotina profissional.
  6. Lesões no ombro: 112.561 afastamentos. Problemas como bursite, tendinite e síndrome do impacto podem gerar dor intensa e reduzir a força dos braços.
  7. Fratura no punho ou mão: 101.177 afastamentos. O comprometimento dessas articulações limita tarefas manuais, dificultando desde digitação até trabalhos que exigem o manuseio de ferramentas.
  8. Fratura no antebraço: 96.716 afastamentos. Esse tipo de lesão impacta a mobilidade do membro superior, tornando inviável o desempenho de diversas atividades.
  9. Fratura no pé: 94.144 afastamentos. A impossibilidade de sustentar o peso do corpo sobre o membro fraturado restringe a locomoção.
  10. Convalescência: 72.771 afastamentos. Esse período é concedido a trabalhadores que passaram por cirurgias ou tratamentos intensivos, garantindo o tempo necessário para a recuperação.

Esses dados mostram a diversidade de causas que levam ao afastamento dos trabalhadores e ressaltam a importância de as empresas adotarem medidas de prevenção adequadas.

Afastamento do trabalho principais causas e como evitar (2)
Implementar medidas preventivas como ergonomia e apoio psicológico é fundamental para reduzir os afastamentos e melhorar a qualidade de vida no trabalho – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Afastamentos no trabalho por transtornos mentais

Os transtornos mentais têm se tornado uma das principais causas de afastamento no Brasil. Em 2024, mais de 472 mil trabalhadores se afastaram devido a condições psicológicas, com destaque para a ansiedade e a depressão. O aumento desses transtornos reflete a pressão crescente no ambiente de trabalho, onde o estresse e as cobranças excessivas têm impactado a saúde mental dos colaboradores.

A ansiedade e a depressão são as condições mais prevalentes, mas outros transtornos, como a síndrome de burnout, também têm se mostrado cada vez mais comuns. Esses transtornos afetam diretamente a capacidade de concentração, tomada de decisão e desempenho no trabalho, tornando necessário o afastamento temporário para tratamento.

Estudos indicam que os transtornos mentais têm um impacto negativo significativo na produtividade das empresas. Portanto, é fundamental que as organizações adotem políticas eficazes de apoio psicológico e promovam ambientes de trabalho mais saudáveis.

Consequência dos afastamentos na produtividade

Os afastamentos no trabalho têm um impacto significativo na produtividade das empresas. Quando um colaborador se afasta, a empresa precisa lidar com a substituição temporária, o que pode resultar em uma queda na qualidade do trabalho e aumento de custos operacionais. Além disso, a rotatividade de funcionários, associada ao aumento do absenteísmo, também pode afetar a moral da equipe.

Estudos mostram que os afastamentos frequentes, especialmente os causados por transtornos mentais, podem gerar uma perda substancial de produtividade. Além disso, a insatisfação dos colaboradores, frequentemente relacionada ao estresse no trabalho, pode reduzir ainda mais a eficácia da equipe.

Investir em estratégias preventivas, como programas de saúde mental e ergonomia, é essencial para reduzir os afastamentos e melhorar a produtividade das empresas.

Como funcionam os benefícios de incapacidade temporária?

Os benefícios de incapacidade temporária, como o auxílio-doença, garantem a renda do trabalhador durante o período de afastamento. Para ter direito ao benefício, é necessário que o trabalhador seja aprovado em uma perícia médica, que comprovará a incapacidade temporária de trabalhar.

Nos primeiros 15 dias de afastamento, a responsabilidade pelo pagamento do salário é da empresa. A partir do 16º dia, o benefício passa a ser pago pelo INSS. O valor do auxílio-doença é calculado com base nas contribuições feitas pelo trabalhador à Previdência Social.

Como prevenir afastamentos no trabalho?

A prevenção de afastamentos no trabalho passa por diversas ações que as empresas devem implementar para proteger a saúde de seus colaboradores. Algumas dessas ações incluem:

  • Melhorias ergonômicas: Adoção de medidas de ergonomia no ambiente de trabalho, como cadeiras e mesas ajustáveis, pode prevenir doenças musculoesqueléticas.
  • Apoio psicológico: Oferecer suporte psicológico aos colaboradores ajuda a reduzir os afastamentos relacionados a transtornos mentais.
  • Monitoramento da saúde ocupacional: As empresas devem realizar acompanhamento regular da saúde dos colaboradores para identificar riscos precoces e adotar medidas preventivas.

Investir na saúde e bem-estar dos funcionários não só reduz os afastamentos, mas também melhora a produtividade e o ambiente de trabalho.