Ações da Tesla caem após lucro abaixo do esperado e alerta de Musk
Resultados da Tesla Revelam Desafios no Segundo Trimestre
A Tesla, fabricante de veículos elétricos, divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre, revelando um desempenho abaixo do esperado. A empresa registrou uma receita de 22,5 bilhões de dólares, enquanto o mercado esperava 22,64 bilhões. Esse valor representa uma queda de 12% em relação aos 25,05 bilhões de dólares do mesmo período do ano passado. O lucro ajustado por ação foi de 0,40 dólares, ligeiramente abaixo dos 0,42 dólares projetados.
Um ponto que chamou atenção é a queda na receita proveniente da venda de créditos regulatórios, que caiu de 890 milhões de dólares para 439 milhões. Essa queda se deve em parte à nova legislação conhecida como One Big Beautiful Bill Act (OBBB), que, apesar das críticas de Elon Musk, foi assinada pelo ex-presidente Donald Trump. Este novo regulamento deve impactar ainda mais as vendas da empresa no futuro.
Após a divulgação dos resultados, as ações da Tesla caíram mais de 9% na manhã seguinte, seguindo uma tendência de queda durante a teleconferência de resultados.
O diretor financeiro da Tesla, Vaibhav Taneja, comentou durante a chamada que a nova lei deve provocar um aumento nas vendas antes do término do crédito fiscal de 7.500 dólares, que expira no fim do terceiro trimestre. Ele adiantou que a empresa terá uma oferta limitada de veículos nos EUA e pode não conseguir atender os pedidos feitos na segunda metade de agosto e além.
Musk, ao ser questionado sobre a perda do crédito fiscal federal, mencionou que a Tesla poderia enfrentar "alguns trimestres difíceis". Ele destacou que, embora não esteja afirmando categoricamente que isso ocorrerá, a possibilidade existe.
A Tesla também anunciou que começou a produção de um novo modelo mais acessível em junho, com a previsão de aumentar a produção no segundo semestre de 2025. Além disso, a empresa mantém o cronograma para a produção em massa de seu robô táxi a partir de 2026. O CFO informou que a produção desse novo modelo "acessível" só será intensificada após o término do crédito fiscal para veículos elétricos.
Os desafios atuais para a Tesla incluem a demanda por veículos e energia, cortes de subsídios e tarifas, além de um aumento da concorrência no setor. Essas questões pressurizam as finanças da empresa durante a transição para um futuro baseado em inteligência artificial e produtos de maior margem, como robôs táxis.
Recentemente, a Tesla ampliou os testes de seus robôs táxis em Austin, Texas, e tem planos de expandir os testes para outras cidades dos EUA. Musk antecipa que até o final do próximo ano, metade da população dos EUA poderá ser atendida pelo serviço de robô táxi da Tesla, mesmo reconhecendo que tende a ser otimista em suas previsões.
No entanto, a empresa também enfrenta desafios significativos, como a perda de vendas em mercados-chave, incluindo a Europa e os EUA. No segundo trimestre, a Tesla entregou 384.122 veículos globalmente, representando uma queda de 13,5% em relação ao ano anterior. A transição para o novo Modelo Y pode ter afetado as vendas, levantando preocupações sobre a disponibilidade deste novo modelo em regiões onde a Tesla mais vende.
Apesar dessas dificuldades, alguns analistas mantêm uma perspectiva positiva em relação ao futuro da empresa, apontando que a Tesla possui diversos catalisadores que podem mudar o cenário, como suas inovações em veículos autônomos e robótica.