Análise da Dívida da Prio S.A.: Quais os Riscos para os Acionistas?
A Prio S.A. (BVMF: PRIO3) está enfrentando um aumento significativo em sua dívida, passando de R$ 8,91 bilhões para R$ 19,3 bilhões em apenas um ano. No entanto, a empresa também possui R$ 4,17 bilhões em caixa, resultando em uma dívida líquida de aproximadamente R$ 15,1 bilhões. Para os acionistas, essa situação gera preocupações sobre os riscos associados ao montante de dívida.
Por que a Dívida é Um Problema?
A dívida se torna problemática principalmente quando uma empresa não consegue pagá-la facilmente, seja levantando capital ou utilizando seu fluxo de caixa. Quando a situação se agrava, os credores podem tomar o controle da empresa. Outra ocorrência comum, porém menos grave, é quando a empresa precisa emitir novas ações a preços muito baixos para fortalecer sua saúde financeira, o que dilui a participação dos acionistas existentes.
Muitas empresas utilizam a dívida para financiar seu crescimento sem enfrentar consequências negativas. Por isso, ao analisar a dívida de uma empresa, é crucial levar em conta tanto a dívida quanto a disponibilidade de caixa.
A Situação da Dívida na Prio
Até março de 2025, a Prio tinha obrigações de R$ 2,6 bilhões que devem ser pagas em até um ano, além de R$ 25,6 bilhões que vencem após esse período. Com um total de passivos de R$ 21,4 bilhões, a situação fica complicada, pois o valor disponível em caixa e contas a receber (R$ 4,17 bilhões e R$ 2,61 bilhões, respectivamente) não cobre totalmente essas obrigações.
Com uma capitalização de mercado de R$ 35,3 bilhões, esse nível de dívida sugere que os acionistas podem enfrentar uma diluição significativa se a empresa precisar reforçar rapidamente seu balanço.
Análise dos Números de Dívida
A análise da dívida da Prio é feita por meio de dois índices principais: a relação entre a dívida líquida e o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e a cobertura dos juros com o EBIT (lucro antes de juros e impostos). A dívida líquida da Prio representa 1,7 vezes seu EBITDA, enquanto o EBIT cobre as despesas de juros em 4,7 vezes. Embora esses índices não sejam alarmantes por si só, o custo da dívida da empresa pode impactar sua rentabilidade.
Vale ressaltar que o EBIT da Prio diminuiu 21% no último ano. Se essa baixa tendência continuar, a empresa pode ter dificuldades para quitar sua dívida.
Fluxo de Caixa e Sustentabilidade da Dívida
Além de analisar o balanço patrimonial, é fundamental considerar o fluxo de caixa livre, que é o montante que a empresa utiliza para pagar sua dívida. Nos últimos três anos, a Prio apresentou um fluxo de caixa livre negativo, o que torna a situação ainda mais arriscada.
Conclusão
A capacidade de conversão do EBIT em fluxo de caixa e o histórico de crescimento da Prio são preocupantes, considerando o nível de dívida que a empresa possui. Embora a relação da dívida com o EBITDA não seja alarmante, o elevado montante de dívidas realmente representa um risco.
Dessa forma, os investidores devem estar cientes dos sinais de alerta relacionados à Prio. O cenário financeiro da empresa requer atenção cuidadosa, especialmente se você está considerando investir em ações que possam gerar rentabilidade sem o peso da dívida.