Revisão do Simples Nacional: MEI pode ter limite de faturamento reajustado em 2026

Em debate no Congresso, a proposta de reajuste do teto do MEI gera expectativa. Saiba o que muda no planejamento fiscal e nos impostos do microempreendedor caso o limite de R$ 81 mil seja ampliado.

O Microempreendedor Individual (MEI) é um dos pilares da economia brasileira, mas seu crescimento é muitas vezes estrangulado pelo atual limite de faturamento de R$ 81 mil por ano. Esse teto, fixado em um momento em que os custos operacionais e a inflação eram menores, hoje é considerado desatualizado. Por isso, a proposta de reajuste do limite anual está em destaque no Congresso Nacional, gerando grande expectativa para 2026.

A mudança busca não apenas atender a uma reivindicação antiga da categoria, mas também evitar que milhares de microempresas sejam forçadas a migrar para o regime de Microempresa (ME) precocemente, o que implica um aumento substancial na carga tributária e na burocracia.

O Impacto da Saída do Regime MEI

A permanência no regime MEI garante ao empreendedor uma série de benefícios fiscais e previdenciários simplificados, como:

  1. Pagamento Fixo e Simplificado (DAS): O MEI paga um valor fixo mensal que cobre INSS, ICMS e/ou ISS, simplificando a gestão fiscal.
  2. Benefícios Previdenciários: Direito a aposentadoria por idade, auxílio-doença e salário-maternidade.
  3. Isenção de Impostos Federais: O MEI é isento de IRPJ, PIS, Cofins, IPI e CSLL.

Ao ultrapassar o teto atual, o empreendedor é obrigado a fazer o desenquadramento e se tornar uma ME no Simples Nacional. Embora o Simples Nacional ainda seja um regime simplificado, a tributação é feita com base no faturamento, por meio de alíquotas percentuais que incidem sobre a receita bruta, tornando o custo do imposto muito mais alto.

Projeções e Planejamento para 2026

Embora o novo valor ainda seja incerto (propostas variam entre R$ 130 mil e R$ 144 mil anuais), a mera discussão sinaliza que o tema é urgente.

Como o MEI deve se planejar:

  • Acompanhe o Faturamento: O MEI deve monitorar rigorosamente o faturamento de dezembro de 2025 para garantir que não ultrapasse o teto atual (R$ 81 mil) em caso de retroatividade da regra.
  • Mantenha a Contabilidade Separada: A separação das contas pessoais e empresariais é crucial para provar que a receita bruta não foi ultrapassada.
  • Planeje o Crescimento: Caso o teto seja elevado, o empreendedor terá mais segurança para investir e aceitar novos contratos, sabendo que a carga tributária não será um peso imediato.

A elevação do teto do MEI é fundamental para manter a formalização do emprego e incentivar o pequeno empreendedor a investir em qualificação e expansão. A mudança, se aprovada, entrará em vigor em 2026 e será um marco para o microempreendedorismo no país.