Bancos alertam sobre fraude na biometria facial: veja como se cuidar
A biometria facial é um sistema seguro, mas golpistas descobriram como se utilizar dela para aplicar fraudes
A biometria facial é uma tecnologia avançada de autenticação que reconhece o rosto humano por meio de padrões únicos, como distância entre os olhos, formato do nariz e contorno da mandíbula. Ela é baseada em inteligência artificial e aprendizado de máquina.
Essa ferramenta vem ganhando espaço em sistemas de segurança digital e bancária, substituindo senhas tradicionais e tornando o processo de verificação mais rápido e confiável. No entanto, à medida que evolui, também desperta o interesse de criminosos digitais que buscam explorar suas brechas.
Por isso, compreender como essa tecnologia funciona e quais são os riscos associados ao seu uso indevido é essencial para garantir a segurança das informações pessoais e evitar que dados sensíveis caiam em mãos erradas.

Como o golpe da biometria facial funciona?
O chamado golpe da biometria facial tem se tornado uma das fraudes mais sofisticadas e perigosas do cenário atual de cibersegurança. Ele ocorre por meio da engenharia social, técnica em que criminosos manipulam as vítimas emocionalmente para obter dados sensíveis de forma aparentemente legítima.
Segundo especialistas do setor financeiro, o golpe combina texto e contexto, ou seja, o criminoso cria uma situação convincente para justificar um pedido ilícito. Assim, a vítima acredita que está realizando um procedimento seguro, quando, na verdade, está fornecendo sua própria identidade digital.
Um exemplo claro desse tipo de fraude é o “Golpe do Aniversário”, que tem chamado a atenção das instituições financeiras. O golpista coleta informações básicas como CPF, endereço e data de nascimento da vítima, disponíveis facilmente na internet ou em vazamentos de dados.
No dia do aniversário, ele envia um falso entregador com um presente de alto valor, como flores ou uma cesta de café da manhã, para o endereço da pessoa. Durante a entrega, o criminoso pede para tirar uma foto “de confirmação”, mas, na realidade, utiliza o aplicativo do banco para capturar a biometria facial.
Esse tipo de ataque é extremamente eficaz porque explora gatilhos emocionais como empatia, surpresa e confiança. O cenário é cuidadosamente construído para parecer real e inofensivo, levando o indivíduo a baixar a guarda.
O criminoso se aproveita da credibilidade que as pessoas atribuem a eventos pessoais, como aniversários, e da confiança natural nas entregas de presentes. Dessa forma, o golpe se torna convincente e quase imperceptível até que o dano financeiro já tenha sido causado.
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Como se proteger do golpe da biometria facial?
A proteção contra o golpe da biometria facial exige atenção constante e adoção de medidas preventivas no cotidiano. Em primeiro lugar, é fundamental não compartilhar dados pessoais em redes sociais, formulários desconhecidos ou plataformas sem certificação de segurança.
Informações como CPF, endereço e data de nascimento, quando divulgadas publicamente, tornam-se portas de entrada para fraudes mais elaboradas. Além disso, é essencial desconfiar de brindes, promoções e presentes inesperados, especialmente se envolverem pedidos para fotos.
Outro ponto essencial é verificar sempre a identidade de quem realiza entregas. Caso um entregador solicite uma selfie, assinatura digital ou confirmação de dados, o mais prudente é recusar e entrar em contato diretamente com a empresa supostamente responsável pelo envio.
Bancos e instituições sérias jamais pedem confirmação de biometria fora de seus canais oficiais. Portanto, é indispensável realizar transações somente por aplicativos e sites oficiais, evitando links recebidos por mensagens ou redes sociais.
Além dessas medidas, os usuários devem manter seus dispositivos e aplicativos atualizados, pois as versões mais recentes costumam conter correções de segurança importantes. O uso de autenticação multifatorial também fortalece a proteção, pois exige uma segunda etapa de verificação.
Finalmente, é necessário educar familiares e colegas sobre o funcionamento dessas fraudes, já que a conscientização é uma das ferramentas mais poderosas para impedir que novas vítimas sejam enganadas por golpes cada vez mais realistas.
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O que fazer se for vítima?
Quem cai no golpe da biometria facial deve agir imediatamente para minimizar os prejuízos e evitar que o criminoso continue utilizando seus dados. O primeiro passo é notificar o banco ou instituição financeira responsável, informando sobre a fraude e solicitando o bloqueio de transações suspeitas.
Em seguida, é recomendável registrar um boletim de ocorrência, preferencialmente na delegacia especializada em crimes cibernéticos, relatando todos os detalhes do caso, inclusive mensagens, números de contato e datas.
Outra medida importante é monitorar as movimentações financeiras e verificar a existência de novos produtos ou contratos abertos em nome da vítima. Ferramentas como o Registrato, do Banco Central, e os serviços de monitoramento de crédito podem ajudar a identificar rapidamente irregularidades.
Por fim, é essencial adotar uma postura preventiva após o incidente, reforçando a segurança digital e revendo os hábitos de compartilhamento de informações. Alterar senhas, habilitar autenticação em duas etapas e evitar expor dados em redes sociais são atitudes que reduzem os riscos de reincidência.
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