Hiporexia e anorexia em cães e gatos: como reconhecer e ajudar os pets doentes

A perda de apetite em animais pode indicar problemas sérios de saúde. Entenda as diferenças entre hiporexia e anorexia e saiba quais medidas ajudam no tratamento.

Cães e gatos que recusam comida deixam qualquer tutor em alerta. Isso acontece porque a alimentação é fundamental para a recuperação da saúde, e quando o animal perde o apetite, o corpo começa a sofrer com queda na imunidade, perda de peso e até complicações intestinais.

Entre os problemas mais comuns que afetam pets doentes estão a hiporexia, quando há diminuição no apetite, e a anorexia, quando ocorre ausência total de vontade de comer. Ambas são preocupantes e exigem atenção especial do médico-veterinário.

Essas condições aparecem com frequência em quadros crônicos, nos quais o animal começa ficando seletivo, depois reduz o consumo de alimentos de forma progressiva e, por fim, pode chegar a rejeitar completamente a comida.

O resultado da perda de apetite

Animais que passam muito tempo sem se alimentar podem desenvolver atrofia das vilosidades intestinais, maior fragilidade da barreira intestinal e consequente enfraquecimento do sistema imunológico.

Por isso, identificar e intervir cedo é importante. Quanto mais tempo o pet ficar sem comer, maior será a dificuldade em se recuperar da doença principal e das complicações associadas.

Manejo da hiporexia e anorexia

Para lidar com o problema, o ideal é que o tratamento seja multifatorial. Isso significa que os veterinários costumam adotar diferentes estratégias, combinadas de acordo com a necessidade de cada paciente.

Entre os cuidados estão:

  • oferecer um ambiente tranquilo, reduzindo o estresse do animal;
  • disponibilizar alimentos mais palatáveis, ou seja, com maior sabor e atratividade;
  • ajustar a dieta de acordo com o quadro clínico;
  • em casos mais graves, recorrer ao uso de estimulantes de apetite.

Cada medida deve ser avaliada de forma individual, já que nem sempre o tipo de alimento mais atrativo será o mais indicado para determinadas doenças.

O papel do estresse no tratamento

O estresse dentro das clínicas veterinárias pode dificultar ainda mais a aceitação dos alimentos pelos animais. Pesquisas mostram que cães saudáveis, apenas ao irem ao consultório, apresentam aumento da pressão arterial, frequência cardíaca e até da temperatura corporal.

Essas alterações são reflexo do nervosismo e podem também afetar os gatos, que muitas vezes ficam ainda mais sensíveis ao ambiente hospitalar. Por isso, tornar o espaço mais confortável e acolhedor é essencial para o manejo clínico.

O que torna os alimentos mais atrativos

De forma geral, dietas que atraem mais os pets costumam ter teor mais alto de gordura e proteínas de origem animal. Também é comum que alimentos úmidos despertem maior interesse, tanto em cães quanto em gatos.

No caso dos cães, até um teor um pouco mais elevado de sal pode tornar a comida mais palatável. Porém, essas escolhas precisam ser equilibradas com a condição de saúde do animal, já que algumas doenças exigem dietas específicas, menos gordurosas e com restrições.

Estimulantes de apetite como aliados

Quando as medidas naturais não são suficientes, entram em cena os medicamentos que estimulam o apetite. Os mais utilizados na rotina veterinária são o Cloridrato de Ciproeptadina, a Mirtazapina e a Capromorelina.

Esses fármacos podem ser aplicados tanto em ambiente hospitalar quanto no tratamento em casa, sempre sob prescrição e acompanhamento do veterinário responsável. Eles ajudam a recuperar o interesse do pet por alimentos e a sustentar a nutrição do animal até que a doença principal esteja controlada.