Rede russa “Vantajoso” chega ao Brasil com promessa de preços baixos e plano de 50 lojas até 2028

Supermercados compactos, custo reduzido e aposta em preços permanentes: esse é o modelo que deve movimentar o varejo brasileiro nos próximos anos.

O setor de supermercados brasileiro está prestes a ganhar uma novidade. A rede russa “Vantajoso” estreia no país com a promessa de preços baixos e um modelo de loja compacto, diferente dos formatos tradicionais.

O grupo responsável pela marca é o Svetofor, que já atua em larga escala em países da Europa e da Ásia, com mais de 4 mil unidades. Agora, o Brasil entra no radar da empresa, que prevê abrir 50 lojas em três anos, começando por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

De acordo com representantes da companhia, a principal proposta é oferecer preços promocionais permanentes, sem depender de campanhas limitadas ou tabelas flutuantes como acontece em boa parte do mercado.

O modelo de negócio simplificado

O “Vantajoso” aposta em três estratégias principais: margens pequenas, giro rápido de mercadorias e baixos custos operacionais.

As lojas serão menores do que os atacarejos tradicionais, como Assaí ou Tenda. Cada unidade terá cerca de 1.000 m², espaço suficiente para exibir todos os produtos diretamente no salão, sem estoque separado. A infraestrutura contará apenas com refrigeradores e câmaras frias.

Esse formato reduz despesas com armazenagem e permite que os preços se mantenham mais competitivos. Outra característica é a compra direta de fornecedores, evitando atravessadores sempre que possível. Essa prática deve diminuir ainda mais os custos logísticos.

Primeiras inaugurações no Brasil

O cronograma inicial prevê nove lojas já em 2025. A primeira será instalada em São Paulo, provavelmente na região de Campinas, e deve abrir ainda este ano.

Nos anos seguintes, a meta é chegar às 50 unidades em funcionamento até 2028. Caso os resultados superem as projeções, novos estados poderão receber filiais, ampliando o alcance para além do Sudeste.

O que vai estar nas prateleiras

A estratégia de produtos também chama a atenção. Do total, 80% do espaço será destinado a alimentos, enquanto 20% ficará para itens básicos de uso doméstico, como limpeza e utilidades.

Nada de variedade infinita de marcas ou linhas premium: a decisão é manter o sortimento simples, objetivo e voltado para o essencial. O foco é o consumidor que busca preço mais baixo com praticidade, sem perder tempo em corredores enormes.

Diferença no atendimento

Assim como vem ocorrendo em outros formatos de varejo, o autoatendimento terá papel central. Com menos funcionários e processos simplificados, a rede espera cortar despesas e repassar essa economia diretamente ao consumidor final.

Esse modelo já é adotado pela matriz em países como a Rússia e a Polônia, onde o grupo opera com a marca “Mere”. Lá, a estratégia foi consolidada entre clientes que buscam uma compra rápida e acessível, sem abrir mão da qualidade.

Impacto esperado no mercado nacional

A chegada de uma rede estrangeira com essa proposta pode pressionar concorrentes locais, principalmente em regiões mais populares, onde o preço pesa muito na decisão de compra.

Especialistas apontam que o Brasil tem grande potencial para o formato, já que combina um mercado consumidor amplo com busca constante por economia. O novo jogador pode conquistar espaço ao oferecer uma experiência híbrida: conveniência de supermercado tradicional com preços próximos aos do atacarejo.