Gordura no fígado cresce silenciosa e pode ser fatal: sinais de alerta e como se prevenir

A esteatose hepática evolui sem sintomas, mas pode causar cirrose e até câncer. Estilo de vida saudável é fundamental para evitar riscos.

Pouca gente imagina, mas um problema bastante comum entre os brasileiros pode estar se desenvolvendo de forma silenciosa: a gordura no fígado. Conhecida como esteatose hepática, a condição atinge cada vez mais pessoas, está ligada a hábitos de vida e, em muitos casos, só é descoberta em exames de rotina.

O grande risco está no fato de que o fígado não costuma dar sinais claros no início. Assim, quando a doença é diagnosticada em fases mais avançadas, ela já pode ter causado danos que nem sempre são reversíveis.

Esse tipo de acúmulo de gordura começa de forma discreta, mas pode evoluir para inflamações graves, cicatrizes no fígado e até câncer hepático. Quem tem sobrepeso, diabetes ou colesterol alto está entre os grupos mais vulneráveis.

O alerta vale também para jovens e adolescentes. Nos últimos anos, a esteatose deixou de ser um problema apenas de adultos e passou a ser identificada cada vez mais cedo, principalmente por causa da alimentação desequilibrada e do sedentarismo.

Por que é chamada de doença silenciosa

A maior armadilha da gordura no fígado é que ela raramente causa sintomas no início. Muitas pessoas só descobrem o problema em check-ups ou ultrassonografias feitas por outros motivos.

Quando sinais aparecem, geralmente significam que a doença já está avançada. Entre eles estão fadiga, inchaço abdominal, desconforto no lado direito da barriga e alterações nos exames de sangue. Em estágio grave, pode haver icterícia (olhos amarelados) e sintomas de cirrose.

Quem está em maior risco

A esteatose está diretamente ligada ao estilo de vida. O excesso de peso, o consumo de álcool, dietas ricas em gordura e açúcar e a falta de exercícios aumentam o risco.

Além disso, pessoas com doenças como diabetes, hipertensão, colesterol alto e síndrome metabólica devem ter atenção redobrada. Nesses casos, a gordura no fígado surge com mais facilidade e tende a evoluir de forma preocupante.

Possíveis complicações

Se não for controlada, a gordura no fígado pode avançar para esteato-hepatite, quando há inflamação no órgão. A partir daí, podem surgir cicatrizes (fibrose), que evoluem para cirrose e aumentam o risco de câncer de fígado.

Estudos mostram que a doença não atinge apenas a saúde hepática. Ela também pode elevar a chance de desenvolver complicações cardiovasculares, ampliando a gravidade do quadro.

Como é feito o diagnóstico

Na maioria dos casos, a detecção acontece em uma ultrassonografia abdominal, que aponta o acúmulo de gordura. Mas, em situações específicas, médicos podem recomendar exames de sangue, tomografia, ressonância ou até biópsia, principalmente quando há sinais de inflamação e fibrose.

É importante frisar que apenas a avaliação médica pode confirmar o diagnóstico e descartar outras doenças com sintomas semelhantes.

Prevenção e cuidados essenciais

A melhor forma de combater a esteatose hepática é investir em mudança de hábitos:

  • Praticar exercícios regularmente
  • Manter uma dieta equilibrada, com menos gorduras saturadas e açúcares
  • Evitar o álcool
  • Controlar doenças associadas, como diabetes e hipertensão

Essas medidas são fundamentais porque não existe um medicamento específico capaz de resolver todos os casos. O tratamento é baseado no cuidado com o estilo de vida e, em alguns pacientes, pode envolver vitaminas ou remédios para controlar inflamações mais severas.

A importância do acompanhamento médico

Mesmo quando não há sintomas, fazer consultas e exames periódicos é essencial para detectar alterações precocemente. Quanto antes a doença for identificada, maiores as chances de reverter o quadro ou impedir complicações graves.

O recado é claro: estar atento ao funcionamento do fígado é tão importante quanto cuidar do coração. Afinal, a saúde desse órgão vital influencia em todo o metabolismo do corpo.