Distúrbio do sono REM pode indicar risco precoce de Alzheimer, dizem estudos
Problemas no sono profundo e no sono REM podem antecipar sinais do Alzheimer e servir como alerta importante para a saúde do cérebro.
Dormir bem não é apenas uma questão de descanso físico. O sono é parte essencial para a saúde do cérebro, principalmente o sono REM, a fase em que sonhamos e consolidamos memórias.
Pesquisadores vêm se dedicando a entender como alterações nessa etapa do sono podem estar ligadas a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Embora ainda não exista consenso sobre todas as causas da doença, estudos recentes sugerem que o sono interrompido ou mal regulado pode antecipar sinais de alterações cerebrais que aparecem anos antes dos primeiros sintomas.
Essa descoberta coloca o sono no centro das discussões sobre prevenção e diagnóstico precoce da doença. Cuidar da qualidade do descanso noturno pode ser uma das maneiras de proteger não apenas o corpo, mas também a mente.
O que é o sono REM e por que ele é importante
O sono REM é a fase marcada pelos rápidos movimentos dos olhos e pela atividade intensa do cérebro. É nesse momento que ele processa informações adquiridas durante o dia, organiza lembranças e favorece o aprendizado.
Além da memória, esse estágio influencia o equilíbrio emocional e a criatividade. Quando o sono REM é interrompido com frequência, a cognição pode ser prejudicada, resultando em falta de concentração e maior risco de transtornos de humor.
A ligação com o Alzheimer
Pesquisas apontam que pessoas que têm dificuldade em manter o sono REM podem apresentar níveis mais altos de biomarcadores do Alzheimer. Esses marcadores são substâncias que revelam alterações no cérebro antes que os sintomas se manifestem, como perda de memória ou mudanças de comportamento.
Isso significa que, em alguns casos, problemas de sono podem servir como sinais de alerta precoce para o desenvolvimento da doença. Monitorar o padrão do sono, especialmente em pessoas com histórico familiar, pode ser uma ferramenta importante para detectar riscos.
O papel dos hábitos na qualidade do sono
Manter o sono REM em boas condições exige cuidados diários que vão além de ir para a cama cedo. Criar uma rotina regular, dormir em um ambiente silencioso e confortável, evitar o uso de telas antes de deitar e reduzir o consumo de estimulantes, como cafeína, pode ajudar bastante.
Também é importante tratar doenças associadas, como apneia e depressão, que afetam diretamente a qualidade do sono. Quando esses fatores não são controlados, o cérebro não consegue desempenhar com eficiência os processos cruciais para a memória.
Qualidade de vida e proteção do cérebro
Embora não exista cura para o Alzheimer, especialistas acreditam que investir em um estilo de vida saudável pode reduzir os riscos. Alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e atividades que estimulam a mente estão entre os principais aliados na preservação da saúde cognitiva.
Ao lado desses hábitos, o cuidado com as noites de sono se mostra fundamental. Um descanso reparador fortalece as defesas do cérebro e pode retardar ou até impedir danos que surgem de forma silenciosa ao longo dos anos.
O que a ciência ainda busca
Os estudos seguem em andamento e ainda há muito a ser descoberto sobre a ligação entre sono REM e Alzheimer. No entanto, as evidências já colocam essa etapa do sono como um dos indicadores mais promissores para identificar riscos precoces.
Por isso, cuidar da qualidade do sono não deve ser visto apenas como um luxo, mas como parte essencial da prevenção em saúde. Um cérebro bem descansado é capaz de enfrentar melhor os desafios da memória, do aprendizado e do envelhecimento.