Cientistas alertam sobre consequências de descoberta em cavernas de gelo

A pesquisa publicada no ano passado na revista científica Nature Geoscience traz à tona dados alarmantes sobre a camada de gelo da Antártica Ocidental. Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, fez descobertas que revelam como essa camada pode ter derretido de maneira abrupta há cerca de oito mil anos. Essa é a primeira evidência direta de uma perda tão rápida de gelo na região, o que levanta preocupações sobre o impacto das mudanças climáticas.

As análises mostram que um núcleo de gelo de 610 metros revela que, durante um período de apenas 200 anos, a camada de gelo perdeu impressionantes 450 metros de altura. Para você ter uma ideia, isso é mais alto que o famoso Empire State Building, que tem cerca de 380 metros. O glaciologista Eric Wolff, que liderou o estudo, destaca que, embora já se suspeitasse que a camada de gelo era maior na época, pouco se sabia sobre quando exatamente ocorreu esse recuo intenso.

Com esta pesquisa, os cientistas agora têm uma ideia mais clara não apenas de quando esse evento aconteceu, mas também da velocidade com que ocorreu. Isso é crucial, pois nos permite entender melhor os riscos futuros que enfrentamos com a mudança no clima.

Resultados não são exatos, mas ajudam a prever o futuro das camadas de gelo

David Thornalley, um especialista em clima e oceanos da University College London, alerta que os resultados do estudo não podem ser diretamente comparados com a situação atual. Afinal, as condições climáticas da época em que esses eventos ocorreram eram muito diferentes das que temos hoje.

Mesmo assim, Thornalley observa que os achados são impressionantes e ajudam a lançar luz sobre como as camadas de gelo podem entrar em colapso. Isso é especialmente valioso, já que pode melhorar a precisão dos modelos usados para prever como a camada de gelo pode reagir ao aquecimento global.

Com fenômenos semelhantes sendo vistos em várias partes da Antártica, essa descoberta só aumenta a preocupação em relação ao futuro do nosso planeta.