Estudo revela sequelas duradouras da COVID-19 no cérebro

A Covid-19, que fez sua estrondosa estreia há cinco anos, ainda continua sendo um assunto de pesquisa intensa ao redor do mundo. As pessoas que contraíram o vírus podem ainda sentir os efeitos na saúde, com possíveis sequelas que afetam o cérebro. Um estudo recente sugere que o coronavírus pode se instalar no cérebro e persistir por mais de 80 dias após a infecção.

O impacto

O estudo, conduzido pelo pesquisador Guilherme Dias de Melo, revelou alguns problemas interessantes relacionados à Covid-19, como dificuldades de memória e aumento da ansiedade. Para isso, os cientistas utilizaram hamsters, que possuem receptores similares aos humanos, o que possibilitou uma análise mais próxima dos efeitos da doença.

Os resultados mostraram que, mesmo após longos períodos, os animais tinham sinais da presença do vírus. Não apenas questões respiratórias foram observadas, mas também problemas relacionados ao sistema nervoso central. O vírus permanece agindo no cérebro, o que é bastante intrigante.

Em uma publicação na revista Nature Communications, Guilherme detalhou que o vírus persiste no cérebro e pode continuar infectando diversas células. Isso afeta o metabolismo e a função dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que desempenha um papel crucial em nossa saúde mental. Além disso, a presença do vírus parece impactar a quantidade de enzimas que estão envolvidas nesse processo.

Guilherme também destacou que essas modificações podem abrir portas para condições neurodegenerativas, como o Parkinson. Ele alertou que o funcionamento do sistema cerebral fica comprometido durante a infecção. O SARS-CoV-2 tem a capacidade de penetrar pelo olfato, alcançando o trato respiratório, o que reforça a importância de estarmos vacinados e protegidos.

Essa pesquisa é um lembrete interessante de como a Covid-19 pode afetar nossa saúde a longo prazo, muito além dos sintomas imediatos.