Maior buraco negro registrado desafia compreensão científica

Recentemente, astrônomos fizeram uma descoberta impressionante na nossa galáxia: um buraco negro que é maior do que o Sol. Essa observação foi registrada pelo Observatório Europeu Austral, localizado em Munique, na Alemanha, e o buraco negro recebeu o nome de Gaia BH3. Eles conseguiram identificá-lo graças a dados de uma missão da Agência Espacial Europeia.

Esse buraco negro está relativamente perto da Terra, a cerca de 2 mil anos-luz de distância, na constelação de Aquila. Para se ter uma ideia do quão longe isso fica, um ano-luz equivale a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros. Portanto, apesar de estar “perto” no contexto astronômico, ainda é uma distância imensa.

Surpreendendo pelo tamanho

A missão que localizou Gaia BH3 estava focada na análise da Via Láctea. De acordo com Pasquale Panuzzo, do Centro Nacional de Pesquisa Científica em Paris, a descoberta de um buraco negro de alta massa tão próximo foi uma grande surpresa. Ele comentou que “ninguém esperava encontrar um buraco negro dessa magnitude na vizinhança, algo que não havia sido detectado até agora”. Para os pesquisadores, esse tipo de achado é extremamente raro.

Esse buraco negro supera muitos outros conhecidos na Via Láctea em termos de massa. Para colocar em perspectiva, um buraco negro chamado Cygnus X-1 foi o primeiro a ser detectado e tem cerca de 21 vezes a massa do Sol. Sua presença foi revelada pela oscilação de uma estrela que orbita ao seu redor.

A estrela em questão, que os cientistas chamam de estrela companheira, é um pouco menor que o Sol — cerca de 75% de sua massa — mas muito mais brilhante. Panuzzo destacou que “pudemos ver essa estrela girando em torno de um companheiro invisível”, o que nos dá uma nova perspectiva sobre como os buracos negros influenciam suas vizinhanças.

O Gaia BH3, por ser tão massivo, exerce uma força gravitacional intensa, o que faz com que a luz não consiga escapar dele. Em termos simples, quando as estrelas atingem o fim de suas vidas, muitas vezes elas se tornam menores que os buracos negros, sendo puxadas para o seu interior. Essas observações nos ajudam a entender melhor a formação e a dinâmica dessas estruturas cósmicas fascinantes.