Reciclagem: saiba o que significam os números no símbolo e como separar o lixo
A reciclagem é uma das ações individuais e coletivas mais importantes para a preservação do meio ambiente, mas seu sucesso depende de um primeiro passo fundamental: a separação correta dos resíduos em casa. Para guiar o consumidor nesse processo, as embalagens trazem símbolos específicos.
O mais conhecido deles é o triângulo formado por três setas, um ícone universal que indica o potencial de reciclabilidade de um material. No entanto, especialmente nas embalagens plásticas, esse símbolo vem acompanhado de um número em seu interior, e o significado desse código ainda gera muitas dúvidas.
Esse número, que vai de 1 a 7, funciona como uma identidade do material, informando o tipo de resina plástica utilizada na fabricação da embalagem. Essa identificação é essencial não apenas para o consumidor, mas para toda a cadeia de reciclagem, desde a coleta até a indústria de transformação.
O conhecimento sobre o que esses símbolos significam e como o processo de separação e coleta funciona é o que capacita o cidadão a participar de forma eficaz do ciclo da reciclagem.
Índice – Reciclagem
- O que é o símbolo da reciclagem e a importância do código de identificação
- Os números 1 a 7 do símbolo: o que cada um significa para os plásticos
- Como separar o lixo reciclável corretamente em sua casa
- O que fazer com embalagens sujas antes de reciclar
- O que é e para que serve a coleta seletiva na sua cidade
- Como o descarte incorreto de plásticos prejudica o meio ambiente
- A importância da sua participação para o sucesso da reciclagem
O que é o símbolo da reciclagem e a importância do código de identificação
O símbolo universal da reciclagem, conhecido como “Anel de Möbius”, é composto por três setas que formam um ciclo contínuo. Cada seta representa uma etapa do processo: a primeira simboliza a coleta do material pelo consumidor e pela indústria; a segunda, o reprocessamento e a transformação do resíduo em matéria-prima; e a terceira, a compra de produtos feitos com material reciclado, fechando o ciclo.
Dentro desse símbolo, especialmente nas embalagens plásticas, é comum encontrar um número. Este é o Código de Identificação de Resina, um sistema de numeração criado para padronizar a identificação dos diferentes tipos de plásticos. É importante esclarecer que o símbolo indica o tipo de material e seu potencial para ser reciclado, mas não garante que ele será efetivamente reciclado em sua localidade.
A importância desse código é fundamental para o processo de triagem. Como os diferentes tipos de plástico possuem composições químicas distintas, eles não podem ser reciclados juntos. A numeração permite que as cooperativas e empresas de reciclagem separem os materiais de forma correta, garantindo a qualidade da matéria-prima reciclada.
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Os números 1 a 7 do símbolo: o que cada um significa para os plásticos
O sistema de codificação para os plásticos utiliza números de 1 a 7, cada um correspondendo a um tipo específico de resina.
1 (PET) e 2 (PEAD)
O número 1 identifica o PET (Tereftalato de Polietileno), presente em garrafas de refrigerante e água. O número 2 representa o PEAD (Polietileno de Alta Densidade), utilizado em embalagens de produtos de limpeza e frascos de leite. Ambos são os plásticos mais comumente reciclados no Brasil.
3 (PVC), 4 (PEBD) e 5 (PP)
O número 3 é o PVC, encontrado em tubos e conexões. O número 4 é o PEBD (Polietileno de Baixa Densidade), das sacolas plásticas e filmes de embalagens. Já o número 5 é o PP (Polipropileno), presente em potes de margarina e para-choques de carros. A reciclabilidade desses materiais varia de acordo com a região.
6 (PS) e 7 (Outros)
O número 6 identifica o PS (Poliestireno), utilizado em copos descartáveis e embalagens de isopor, cujo processo de reciclagem é mais complexo e menos difundido. O número 7 é uma categoria genérica para “Outros” plásticos, como o policarbonato e os plásticos biodegradáveis, que geralmente não são reciclados nos processos convencionais.
Como separar o lixo reciclável corretamente em sua casa
A separação do lixo em casa, ou segregação na fonte, é o ponto de partida de toda a cadeia de reciclagem. O método mais simples e eficaz, adotado na maioria das cidades brasileiras, é a separação em duas categorias principais: resíduos secos e resíduos úmidos.
Nos resíduos secos, ou recicláveis, devem ser descartados os materiais que podem ser transformados em novos produtos. Isso inclui plásticos (garrafas, potes, embalagens), papéis e papelões (jornais, caixas, revistas), vidros (garrafas, potes de conserva) e metais (latas de alumínio e de aço).
Nos resíduos úmidos, ou lixo comum, devem ser descartados os restos de alimentos, os resíduos de banheiro (papel higiênico, fraldas) e outros materiais não recicláveis. É fundamental que os resíduos secos e úmidos não sejam misturados, pois os restos de comida contaminam os materiais recicláveis, inviabilizando seu aproveitamento.
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O que fazer com embalagens sujas antes de reciclar
Uma dúvida comum no processo de separação é sobre o que fazer com as embalagens recicláveis que contêm restos de alimentos, como potes de iogurte, caixas de leite ou latas de molho de tomate. É fundamental que essas embalagens sejam limpas antes de serem descartadas no lixo reciclável.
Os resíduos de alimentos podem atrair vetores, como ratos e baratas, gerar mau cheiro nos centros de triagem e, principalmente, contaminar outros materiais, como o papel e o papelão, tornando-os inutilizáveis para a reciclagem.
A limpeza não precisa ser complexa. Uma simples passagem por água para a retirada do excesso de resíduo já é suficiente. Uma dica para economizar água é utilizar a água do enxágue da louça para limpar essas embalagens, garantindo que elas cheguem limpas e secas ao destino.

O que é e para que serve a coleta seletiva na sua cidade
A coleta seletiva é o serviço, público ou privado, responsável por recolher os materiais que foram previamente separados pelos cidadãos. Ela é o elo que conecta a residência do gerador com a indústria da reciclagem.
A principal finalidade da coleta seletiva é a de garantir que os materiais recicláveis cheguem de forma organizada aos centros de triagem. Nesses locais, trabalhadores de cooperativas separam os diferentes tipos de material (plásticos, papéis, metais, etc.), que são então prensados e vendidos para as indústrias recicladoras.
É importante que o cidadão se informe junto à prefeitura de seu município sobre como funciona o serviço de coleta seletiva em seu bairro. Saber os dias e os horários em que o caminhão da coleta passa é fundamental para que o material separado em casa seja de fato destinado à reciclagem.
Como o descarte incorreto de plásticos prejudica o meio ambiente
O descarte de materiais recicláveis, especialmente os plásticos, no lixo comum gera uma série de prejuízos ambientais. Ao serem enviados para aterros sanitários, esses materiais ocupam um grande volume e podem levar centenas de anos para se decompor.
Quando descartados de forma inadequada no meio ambiente, os plásticos causam a poluição visual de rios e oceanos e representam uma grave ameaça à fauna. Animais marinhos podem confundir fragmentos de plástico com alimento ou ficarem presos em embalagens, o que pode levar à sua morte.
Além disso, com a ação do sol e da água, os plásticos se fragmentam em partículas cada vez menores, os chamados microplásticos. Essas partículas microscópicas contaminam a água, o solo e entram na cadeia alimentar, sendo ingeridas por peixes e outros animais, e chegando, consequentemente, aos seres humanos.
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A importância da sua participação para o sucesso da reciclagem
O processo de reciclagem é uma cadeia longa e complexa, que envolve a indústria, o poder público e as cooperativas de catadores. No entanto, o sucesso de toda essa cadeia depende de uma única ação inicial: a participação consciente do cidadão.
É o ato de separar corretamente o lixo em casa que viabiliza todo o restante do processo. Sem a colaboração da população na separação dos resíduos secos e úmidos, o trabalho dos catadores e dos centros de triagem se torna muito mais difícil, insalubre e ineficiente.
Ao participar da coleta seletiva, o cidadão contribui para a preservação de recursos naturais, para a economia de energia, para a redução do volume de lixo em aterros e, fundamentalmente, para a geração de renda para milhares de famílias que trabalham nas cooperativas de reciclagem.