Estado aprova conversão de corpos em adubo após falecimento
Muita gente já ouviu a famosa frase “da terra veio, à terra voltará”, que fala bem sobre a transitoriedade da vida. Essa ideia, que tem raízes em textos bíblicos, reflete o ciclo do ser humano. Recentemente, o estado de Nova York, nos Estados Unidos, deu um passo interessante ao legalizar a compostagem humana. Essa prática é vista como uma alternativa ecológica ao enterro tradicional ou à cremação.
A compostagem humana, também chamada de “redução orgânica natural”, começou a ganhar espaço nos EUA em 2019. Desde então, pelo menos seis estados já adotaram essa abordagem. Em países como a Suécia, essa ideia já é bem aceita e tem se mostrado muito positiva para o meio ambiente.
Os apoiadores dessa prática destacam que, além de ser uma opção mais sustentável, ela canivela o problema de falta de espaço em cemitérios, especialmente em áreas urbanas. Isso é algo que muitas cidades enfrentam, então, a compostagem surge como uma solução viável.
Compostagem humana: como funciona o processo de transformação dos corpos humanos em adubo?
O processo de compostagem humana acontece em locais específicos, feitos para isso. O corpo é colocado em um compartimento fechado, junto a materiais orgânicos como alfafa, palha e lascas de madeira. O ambiente é cuidadosamente mantido em temperaturas elevadas, ajudando na decomposição e na eliminação de patógenos. Esse sistema também oferece aeração, o que otimiza o trabalho dos microrganismos.
Geralmente, a compostagem leva cerca de 30 dias para ser concluída, resultando em aproximadamente 1 metro cúbico de solo. Esse adubo é peneirado e deixado em repouso por algumas semanas antes de ser entregue aos familiares ou doado para projetos de conservação. Esse solo pode ser utilizado para plantar flores, hortaliças ou até árvores.
“Adubo humano” gera polêmica
Apesar de seus benefícios, a compostagem humana não passa batida por polêmicas. Algumas religiões e grupos ainda têm reservas sobre tratar o corpo humano como um resíduo a ser transformado. Além disso, surgem questionamentos sobre os custos desse processo. Na empresa Recompose, por exemplo, o valor pode alcançar US$ 7 mil.
Entretanto, a empresa informou que esse preço é similar ao de outros serviços de sepultamento. Na verdade, um funeral com enterro pode custar cerca de US$ 7.848, segundo dados da Associação Nacional de Diretores de Funerais dos EUA. Assim, a compostagem humana se coloca como uma alternativa que, embora cercada de discussões, oferece uma nova forma de lidar com a partida de quem amamos.