Inteligência artificial decifra enigma antigo da Terra
Nas vastas e misteriosas planícies do deserto peruano, as Linhas de Nazca voltaram a chamar a atenção. Em 2024, pesquisadores da Universidade de Yamagata, no Japão, em parceria com a IBM Research, usaram técnicas de inteligência artificial (IA) para revelar 303 novos geoglifos. Essa descoberta é um grande passo para a arqueologia, quase dobrando o número de figuras conhecidas até agora. Um estudo sobre esse trabalho foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os cientistas utilizaram imagens aéreas de alta qualidade, obtidas por drones. Depois, esses dados foram analisados por algoritmos de IA que conseguem notar padrões sutis que o olho humano não percebia. Essa abordagem inovadora permitiu identificar geoglifos desconhecidos em um tempo recorde de apenas seis meses.
A era da IA na arqueologia
As Linhas de Nazca foram criadas há mais de 1.500 anos e incluem formas geométricas e figuras que representam animais e até seres humanos. Agora, com o uso de tecnologia moderna, é mais fácil explorar esses desenhos. Antes, a visualização deles era restrita a voos, e a erosão natural tornava difícil encontrar novas figuras.
Os algoritmos de aprendizado de máquina foram ajustados para detectar diferenças sutis, que poderiam passar despercebidas. De forma rápida e eficiente, as ferramentas de IA analisaram grandes porções do deserto, abrindo caminho para novas descobertas.
Novas descobertas e significados
As figuras recém-descobertas incluem representações de orcas, camelos e lhamas. Algumas teorias sugerem que esses geoglifos poderiam ter vários propósitos, desde rituais religiosos até a sinalização de rotas de peregrinação. Muitas delas estão próximas a antigas trilhas Nazca, levantando a hipótese de que poderiam ajudar viajantes a se orientarem.
Para os Nazca, que combinavam observações astronômicas com práticas religiosas, esses desenhos tinham um papel muito importante. Eles atuavam como marcadores territoriais, guiando aqueles que participavam de cerimônias ou viajavam por áreas sagradas.
Tecnologia e preservação do patrimônio
A tecnologia não apenas acelerou o processo de descobertas, mas também traz uma nova perspectiva para a preservação desses valiosos patrimônios. Com as mudanças climáticas, novos desafios surgem, como chuvas mais intensas, que ameaçam o estado das Linhas de Nazca. A IA agora pode prever quais figuras estão mais vulneráveis, possibilitando ações preventivas para a sua proteção.
Um novo horizonte para a arqueologia
Esses avanços têm trazido a arqueologia para uma era onde a tecnologia se alia ao trabalho humano. Essa união promete uma compreensão mais profunda de civilizações antigas ao redor do mundo. O que acontece em Nazca estabelece um padrão para futuras investigações, juntando a precisão tecnológica ao rigor científico.
A IA facilita as pesquisas e age como uma aliada na proteção dos patrimônios, assegurando que mais segredos históricos possam ser descobertos nos próximos anos.