Quantos anos vive um cachorro vira-lata: entenda a expectativa de vida

A dúvida sobre quantos anos vive um cachorro vira-lata é uma das mais comuns entre os tutores de cães sem raça definida (SRD), animais que conquistaram a maioria dos lares brasileiros. Conhecidos por sua singularidade e carisma, esses cães frequentemente carregam a fama de serem mais resistentes e longevos.

Essa reputação de longevidade tem uma base científica, ligada à diversidade genética dos vira-latas. No entanto, é fundamental compreender que a genética é apenas um dos fatores que influenciam a expectativa de vida de um animal de estimação.

Os cuidados oferecidos pelo tutor ao longo da vida do cão, como a qualidade da alimentação, a frequência de exercícios e o acompanhamento veterinário, desempenham um papel ainda mais determinante para uma vida longa e saudável. Um cão bem-cuidado, seja ele de raça ou não, tem muito mais chances de superar as estimativas.

A expectativa de vida de um vira-lata é, portanto, o resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Qual a expectativa de vida média de um cachorro vira-lata (SRD)

A expectativa de vida de um cachorro vira-lata que recebe os cuidados adequados é, em média, de 10 a 16 anos. Essa estimativa, no entanto, é uma generalização, pois a grande variedade de portes e de misturas genéticas nos cães sem raça definida pode levar a uma longevidade muito variável.

Diferentemente dos cães de raça, para os quais é possível prever uma expectativa de vida com mais precisão, nos vira-latas a estimativa é mais complexa. Um SRD de pequeno porte, por exemplo, pode facilmente ultrapassar os 16 anos, enquanto um de grande porte pode ter uma expectativa de vida mais próxima dos 10 anos.

É importante contrastar essa estimativa com a dura realidade dos cães em situação de rua. Sem os cuidados básicos de alimentação, saúde e segurança, um cão abandonado vive, em média, apenas de dois a três anos. Esse dado reforça que a longevidade está diretamente ligada à qualidade de vida oferecida pelo tutor.

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O que é o “vigor híbrido” e por que ele aumenta a longevidade dos vira-latas

A crença popular de que os vira-latas são mais resistentes que muitos cães de raça tem fundamento científico no conceito de “vigor híbrido”, ou heterose. Esse fenômeno ocorre em organismos que são resultado do cruzamento entre linhagens geneticamente diferentes.

Os cães de raça pura são produto de uma criação seletiva, na qual se busca aprimorar características específicas. Esse processo, no entanto, pode levar à concentração de genes recessivos que causam doenças hereditárias, como displasia coxofemoral em pastores alemães ou problemas respiratórios em pugs.

Os vira-latas, por possuírem uma carga genética muito mais diversificada, têm uma probabilidade menor de herdar duas cópias de um mesmo gene defeituoso. Essa variedade genética resulta, muitas vezes, em um sistema imunológico mais robusto e em uma menor predisposição a doenças hereditárias específicas de raças, o que contribui para uma maior longevidade.

Fatores que influenciam na vida do seu cachorro: alimentação e exercícios

A genética oferece uma base, mas são os cuidados diários que constroem uma vida longa. A alimentação é um dos pilares para a saúde de qualquer cão. Uma dieta balanceada, com uma ração de boa qualidade e adequada à idade, ao porte e ao nível de atividade do animal, é fundamental.

A prática regular de exercícios físicos é outro fator determinante. As atividades ajudam a manter o peso ideal, prevenindo a obesidade, que é um fator de risco para diversas doenças, como diabetes, problemas cardíacos e sobrecarga nas articulações. Além disso, os passeios e as brincadeiras são essenciais para a saúde mental do cão.

É fundamental evitar o hábito de oferecer comida humana ao pet. Muitos alimentos comuns em nossa dieta são tóxicos para os cães, como chocolate, uva e cebola. Mesmo os alimentos não tóxicos, quando dados como sobras, podem causar desequilíbrios nutricionais e problemas como a pancreatite.

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A importância da castração, vacinação e cuidados veterinários regulares

A medicina veterinária preventiva é a principal aliada na busca por uma vida longa para seu cão. Manter o calendário de vacinação e de vermifugação em dia é a forma mais eficaz de proteger o animal contra uma série de doenças infecciosas graves e potencialmente fatais.

A castração, tanto de machos quanto de fêmeas, também é uma medida que contribui para a longevidade. Nas fêmeas, a castração precoce reduz drasticamente o risco de tumores de mama e elimina a possibilidade de infecções uterinas, como a piometra. Nos machos, ela previne o câncer de testículo e problemas de próstata.

As visitas regulares ao médico-veterinário, no mínimo uma vez ao ano, são indispensáveis. Nesses check-ups, o profissional pode identificar problemas de saúde em estágio inicial, orientar sobre a dieta e os cuidados adequados para cada fase da vida do animal e realizar exames de rotina que monitoram a saúde dos órgãos.

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Cuidados como a vacinação em dia, a castração e as visitas regulares ao veterinário são práticas essenciais para garantir uma vida longa e saudável ao seu cão vira-lata – Crédito: freepik / Freepik

Como o porte do cachorro vira-lata afeta sua expectativa de vida

Um dos fatores que mais influenciam a expectativa de vida de um cão, seja ele de raça ou não, é o seu porte. Estudos e observações clínicas demonstram de forma consistente que cães de pequeno porte tendem a viver por mais tempo do que os de grande porte.

Um vira-lata de porte pequeno, com menos de 10 kg, pode ter uma expectativa de vida que varia de 14 a 18 anos. Já um SRD de porte médio, entre 10 e 25 kg, costuma viver entre 12 e 15 anos. Para os vira-latas de grande porte, acima de 25 kg, a expectativa de vida média fica entre 8 e 12 anos.

A principal teoria para explicar essa diferença está no ritmo de crescimento e no metabolismo. Cães de grande porte crescem de forma muito acelerada, o que pode gerar um maior estresse celular e um envelhecimento mais rápido. Além disso, eles são mais propensos a desenvolver doenças como o câncer e problemas articulares.

A longevidade dos vira-latas comparada à dos cães de raça

Graças ao vigor híbrido, a expectativa de vida de um cão vira-lata, quando comparada à de um cão de raça de porte semelhante, tende a ser igual ou superior. A menor incidência de doenças genéticas confere uma vantagem de longevidade aos SRDs.

Essa vantagem é mais evidente quando se compara com raças que possuem uma alta predisposição a problemas de saúde graves. Raças gigantes, como o Dogue Alemão, por exemplo, têm uma expectativa de vida muito curta, de apenas 6 a 8 anos, devido à alta incidência de problemas cardíacos e de câncer.

No entanto, a comparação não é uma regra absoluta. Existem muitas raças de pequeno porte, como o Poodle e o Chihuahua, que são conhecidas por sua longevidade e que podem viver tanto ou mais que um vira-lata de mesmo tamanho. A longevidade final sempre dependerá da combinação da genética com os cuidados recebidos.

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Os cuidados essenciais para fazer seu cachorro vira-lata viver mais

Para que um cão vira-lata atinja e até mesmo supere sua expectativa de vida, a adoção de um conjunto de cuidados essenciais por parte do tutor é o fator determinante.

A saúde preventiva é o ponto de partida. Isso inclui seguir rigorosamente o calendário de vacinação e de controle de parasitas (pulgas, carrapatos e vermes) e realizar as consultas anuais com o médico-veterinário. A castração também é uma medida de saúde preventiva altamente recomendada.

No dia a dia, a oferta de uma alimentação de alta qualidade, em porções adequadas, e a garantia de uma rotina de exercícios físicos e de estímulos mentais são fundamentais. A higiene bucal, com a escovação regular dos dentes, também previne doenças que podem afetar a saúde geral do animal. Por fim, um ambiente seguro e o afeto da família garantem o bem-estar emocional, que também contribui para uma vida longa e feliz.