Tarifas de Trump: taxa pode ser redistribuída em breve

No último domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que alguns cidadãos americanos podem receber um tipo de pagamento ou distribuição de dinheiro devido às tarifas que ele impôs a países parceiros comerciais. Ele comentou sobre essa possibilidade enquanto se preparava para embarcar no Air Force One, após passar um tempo em seu clube de golfe em Nova Jersey. Trump mencionou que a distribuição seria, em especial, voltada para as pessoas de renda média e baixa.

Porém, o presidente não forneceu detalhes sobre como essa proposta seria implementada. Na quinta-feira anterior, Trump anunciou um novo pacote de tarifas que afetam mais de 60 países, com o Brasil sendo o mais impactado, enfrentando uma taxação de 50%.

Antes mesmo da implementação das novas tarifas, os EUA já estavam vendo um aumento significativo na receita obtida com impostos sobre produtos importados. Apenas até julho deste ano, as tarifas e alguns impostos especiais resultaram em uma arrecadação de US$ 152 bilhões (aproximadamente R$ 876 bilhões). Este valor é quase o dobro do que foi arrecadado no mesmo período do ano fiscal do ano anterior, que totalizou US$ 78 bilhões (cerca de R$ 432 bilhões).

Trump frequentemente menciona a arrecadação de tarifas como prova de que sua estratégia comercial é benéfica para o país. Os membros de sua administração alegam que esse dinheiro poderá ajudar a compensar o déficit gerado pelos grandes cortes de impostos aprovados pelo Congresso no mês passado, que devem custar aos cofres públicos cerca de US$ 3,4 trilhões (ou R$ 19 trilhões).

Após a divulgação de um relatório de empregos que indicou dificuldades no mercado de trabalho, Trump comentou nas redes sociais: “A boa notícia é que as tarifas estão trazendo bilhões de dólares para os EUA!”

Analistas apontam que, se as tarifas forem mantidas, elas poderão gerar uma receita adicional de mais de US$ 2 trilhões (aproximadamente R$ 11 trilhões) ao longo da próxima década. Embora muitos economistas considerem que isso não deve ocorrer e que os EUA podem eventualmente desistir dessas novas barreiras comerciais, alguns especialistas reconhecem que essa grande fonte de receita pode ser difícil de abandonar.

João Gomes, economista da Wharton School, declarou que “isso é viciante” e que “é muito difícil abrir mão de uma fonte de receita quando a dívida e o déficit estão nesses níveis”.