Considerado o quarto crime mais lucrativo do mundo, atrás apenas do tráfico de armas, drogas e pessoas, o comércio ilegal de animais silvestres está em pleno crescimento. A principal razão por trás disso é a forte demanda por espécies raras. Entre os animais mais perseguidos nesse cenário, destaca-se o pangolim, que, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lidera a triste lista dos seres mais traficados no planeta.
Muita gente acaba confundindo o pangolim com um réptil, principalmente por causa de suas escamas. Mas, na verdade, ele é um mamífero e tem muito mais em comum com tatus e tamanduás. Esses bichinhos habitam florestas, campos e matagais da África e da Ásia e são conhecidos por suas características noturnas e solitárias. Quando se sentem ameaçados, eles se enrolam como uma bola, o que os torna presas fáceis para caçadores.
Existem oito espécies de pangolim, distribuídas entre os continentes africano e asiático. Infelizmente, devido à caça ilegal, todas estão ameaçadas de extinção.
Por que os pangolins são tão traficados?
A alta demanda por pangolins, especialmente na Ásia, é um dos principais motores desse tráfico. Esse interesse se explica por dois fatores principais:
- Carne: nos países africanos, a carne do pangolim é consumida como uma iguaria e ganha popularidade na culinária asiática;
- Escamas: feitas de queratina, as escamas do pangolim são utilizadas na medicina tradicional em diversos países asiáticos, apesar de não haver comprovação científica sobre seus benefícios.
Tráfico não é o único motivo por trás do risco de extinção dos pangolins
Embora a caça ilegal seja um dos principais vilões na declínio da população de pangolins, não é o único fator. A degradação do habitat natural também tem um impacto significativo. O desmatamento e a extração de madeira nas áreas onde esses animais vivem estão fazendo com que eles percam seus lares, o que agrava ainda mais o quadro de risco de extinção.