Trump retira verbas da UCLA por acusações de antissemitismo

O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, anunciou o corte de diversos subsídios da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Essa decisão ocorreu em meio a acusações de antissemitismo contra a universidade, relacionada à permissão de protestos a favor da Palestina.

O reitor da UCLA, Julio Frenk, informou em uma carta que a universidade recebeu um comunicado do governo americano sobre a suspensão de alguns fundos de pesquisa. Esses recursos são geralmente concedidos pela Fundação Nacional de Ciência (NSF), pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e por outras agências governamentais.

Frenk, que é o primeiro latino a assumir a reitoria da UCLA e é judeu, expressou sua decepção com a decisão, afirmando que a perda de centenas de subsídios irá impactar negativamente a vida de professores, pesquisadores e demais funcionários da instituição. Embora não tenha detalhado o valor exato que seria cortado, estimativas de veículos de imprensa como o Los Angeles Times apontam que o total possa chegar a cerca de US$ 200 milhões.

Esse bloqueio de recursos aconteceu pouco tempo após a divulgação de um acordo que prevê que a UCLA pague mais de US$ 6 milhões para resolver um processo movido por três estudantes judeus e um professor da instituição. Esses denunciavam a universidade por permitir um protesto favorável à Palestina.

Em uma declaração recente, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmou que o Departamento de Justiça tomaria medidas para responsabilizar a UCLA, citando “evidências preocupantes de antissemitismo sistemático” na universidade. Frenk reconheceu as alegações feitas pelo governo, mas argumentou que retirar fundos essenciais para pesquisas que salvam vidas não é uma solução para o problema da discriminação.

Ele também reafirmou o compromisso da UCLA em combater o antissemitismo em toda a sociedade. Essa situação na UCLA se insere em um contexto mais amplo de ações do governo Trump contra universidades americanas, utilizando o argumento de combate ao antissemitismo, especialmente em relação aos protestos contra Israel nos últimos anos.

Outras instituições, como as universidades de Columbia e Brown, também enfrentaram situações semelhantes e concordaram em fazer pagamentos de US$ 200 milhões e US$ 50 milhões, respectivamente, para resolver conflitos relacionados. A Universidade de Harvard, por sua vez, ainda está em processo de negociação para chegar a uma solução.