IA diagnostica Alzheimer precocemente, antes dos sintomas

Um sistema inovador de imagem, desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, está criando grandes expectativas no campo do diagnóstico de doenças neurodegenerativas. Esse avanço, publicado na revista Nature Communications, tem o potencial de prever enfermidades como Alzheimer e Parkinson antes que os sintomas se tornem visíveis.

A proposta dos cientistas combina aprendizado profundo com técnicas de microscopia para identificar, em tempo real, a formação de proteínas cerebrais que podem ser prejudiciais. Essas proteínas têm um papel crucial na progressão dessas doenças.

Como o sistema funciona

O novo sistema da EPFL utiliza uma combinação de métodos de microscopia e inteligência artificial para monitorar a agregação de proteínas mal dobradas no cérebro. Essa agregação é um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Uma das vantagens dessa tecnologia é que ela não precisa de marcadores fluorescentes. Isso significa que é possível observar as proteínas em seu estado natural, resultando em dados mais precisos. Além de acompanhar a dinâmica da formação desses agregados, o sistema consegue detectar oligômeros tóxicos — pequenas cadeias de proteínas que estão frequentemente ligadas à neurodegeneração.

Impacto na medicina

A capacidade de detectar a formação de agregados proteicos desde o início pode levar a diagnósticos mais rápidos e precisos. Isso é particularmente importante para o desenvolvimento de terapias que possam ajudar a tratar essas doenças.

Com essa tecnologia, os tratamentos poderão ser mais eficazes e personalizados. Além disso, a intenção é integrar esse sistema em plataformas clínicas, o que pode melhorar os check-ups de rotina e permitir intervenções médicas mais precoces.

Próximos passos

A EPFL já está trabalhando para validar e ampliar a aplicação clínica dessa tecnologia. O próximo objetivo é testar seu potencial em biofluidos humanos, como o líquido cefalorraquidiano, que pode revelar assinaturas específicas de agregados proteicos associados às doenças neurodegenerativas.

Esse passo representa um avanço significativo na medicina de precisão, oferecendo novas oportunidades para melhorar o diagnóstico e o tratamento dessas condições complexas.