Malta avança na estratégia de porto verde

A recente aprovação de fundos da União Europeia para o projeto de fornecimento de energia em terra (Onshore Power Supply – OPS) no Porto Livre de Malta é um importante avanço na busca pelo desenvolvimento sustentável do país. Malta receberá 12,35 milhões de euros do co-financiamento da Comissão Europeia para a segunda fase desse projeto, o que não apenas evidencia a competitividade da ilha no cenário europeu, mas também reforça seu compromisso em reduzir a emissão de carbono nas operações portuárias.

Dentre 20 propostas enviadas por diferentes países da UE, apenas quatro projetos foram escolhidos. Essa aprovação demonstra a capacidade de Malta em propor soluções para portos mais limpos e sustentáveis. O resultado foi alcançado em grande parte graças ao trabalho do Ministro da Economia, Silvio Schembri, que tem se dedicado a fortalecer as iniciativas ambientais do país. Sob sua liderança, o Ministério da Economia e a Malta Freeport Corporation conseguiram superar desafios e posicionar Malta como um ator relevante na agenda de transporte sustentável da Europa.

Esse investimento é significativo, pois, ao ser concluído, a infraestrutura de OPS permitirá que os navios atracados nos terminais sul e oeste do Porto Livre desliguem seus motores auxiliares e se conectem diretamente à energia da terra. Essa mudança deve reduzir consideravelmente as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade do ar nas comunidades ao redor, além de alinhar as instalações portuárias de Malta aos padrões ambientais da UE e à tendência global de práticas marítimas mais limpas.

Além desse aspecto, o projeto OPS faz parte de uma estratégia mais ampla. A primeira fase do projeto, que já está em andamento nos terminais 1 e 2 do Norte, foi financiada pelo Fundo de Transição Justa da UE. Assim, Malta avança em uma abordagem abrangente que busca minimizar a pegada ambiental em todo o Porto Livre. Com os investimentos em andamento também no Grande Porto, Malta está se transformando em um modelo de operações portuárias sustentáveis dentro da rede de Transportes Trans-Europeus (TEN-T).

Os benefícios desse investimento vão além do ambiental. A infraestrutura de energia em terra torna o Porto Livre mais competitivo em um setor onde as credenciais de sustentabilidade estão cada vez mais influenciando a escolha de portos por companhias de navegação. Portos que oferecem OPS são mais atraentes para empresas que enfrentam pressão para reduzir suas emissões, colocando Malta em uma posição estratégica, tanto como um centro de transbordo quanto como um porto responsável que prioriza a proteção ambiental.

Além disso, essa conquista está alinhada com as metas nacionais de energia e clima de Malta, contribuindo para os esforços gerais de descarbonização do país. Isso demonstra que, mesmo sendo pequeno, Malta consegue aproveitar oportunidades oferecidas pela UE para implementar projetos que beneficiam tanto interesses nacionais quanto objetivos europeus.

Em resumo, a aprovação dos fundos europeus para a segunda fase do projeto OPS é um marco na transição verde de Malta. Este resultado é uma clara evidência do que pode ser alcançado por meio de visão estratégica, colaboração entre agências e um engajamento eficaz com os mecanismos europeus. Para o futuro, será necessário um compromisso contínuo para garantir a implementação oportuna dos planos, mas a trajetória é clara: Malta avança firmemente em direção à criação de portos mais verdes e preparados para o futuro.