Investigação aponta erro de pilotos após colisão com aves na Coreia do Sul
Uma investigação sobre o acidente com o voo da Jeju Air, que ocorreu em 29 de dezembro de 2023, na Coreia do Sul, indicou que os pilotos podem ter cometido um erro crítico durante a emergência. As autoridades disseram que a tripulação desligou o motor esquerdo da aeronave, que havia sofrido danos menos graves após uma colisão com aves, enquanto o motor direito, que havia sido mais afetado, permaneceu ligado.
Essa informação foi confirmada por uma fonte envolvida na investigação da Junta de Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários da Coreia do Sul. Durante uma reunião que ocorreu no último fim de semana entre os investigadores e os familiares das vítimas, foram apresentadas evidências de que o motor menos danificado foi desativado. Dados coletados dos gravadores de voz da cabine, dos sistemas de computador da aeronave e do interruptor do motor, recuperado dos destroços, sustentam essa conclusão.
O acidente envolveu um Boeing 737-800, que realizava um voo de Bangkok, na Tailândia, para o Aeroporto de Muan, na Coreia do Sul. O avião foi atingido por aves, o que forçou a tripulação a realizar um pouso de emergência. No entanto, a aeronave não conseguiu parar na pista e colidiu com um barranco onde estavam equipamentos de navegação, causando um incêndio e uma explosão parcial. O acidente resultou na morte de 179 das 181 pessoas a bordo, sendo considerado o mais letal na Coreia do Sul.
Análises realizadas nos motores da aeronave mostraram que não houve falhas mecânicas antes da colisão com os pássaros. Embora um relatório preliminar identificasse a presença de restos de patos em ambos os motores, não especificava o nível de dano em cada um. Os investigadores confirmaram que o motor direito sofreu mais danos, mas foi o motor esquerdo que acabou desligado pelos pilotos.
Uma coletiva de imprensa que estava programada para o último sábado foi cancelada após protestos de familiares das vítimas, que consideraram que a investigação estava se concentrando excessivamente no erro humano e não abordava outras possíveis causas do acidente. Os parentes e o sindicato dos pilotos pedem que a infraestrutura do aeroporto, especialmente o barranco onde a aeronave colidiu, também seja investigada como fator que agravou a tragédia.
O sindicato de pilotos criticou a investigação, alegando que há uma tentativa de “culpabilização” da tripulação. Eles afirmaram que a complexidade da situação não está sendo levada em consideração e que não há evidências suficientes de que o avião poderia ter pousado em segurança apenas com um motor em funcionamento.